Crusoé: A Rússia vence pelo cansaço
Com ajuda de ditaduras para contornar sanções ocidentais e receber novas armas, Putin começa a levar a melhor na Ucrânia
Com ajuda de ditaduras para contornar sanções ocidentais e receber novas armas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, começa a levar a melhor na invasão à Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, diz Crusoé.
“A invasão russa da Ucrânia completou dois anos no dia 24 de fevereiro. Nesse longo período, os ucranianos resistiram bravamente. Com ajuda do Ocidente, eles conseguiram deter a investida ordenada pelo Kremlin. Um impasse tomou conta dos campos de batalha, com os dois exércitos progredindo muito pouco ou quase nada. Essa situação, contudo, está mudando, com a Rússia voltando a ganhar predominância e a Ucrânia em uma situação de crescente fragilidade. Este ano, com a conquista de cidades como Avdiivka, os russos passaram a controlar um quinto do território da Ucrânia.”
“A força da Rússia mesmo dois anos após o início da guerra se explica, em grande parte, porque o país contornou com sucesso as sanções impostas pelo Ocidente. Em 2023, a economia do país cresceu 2,6%, segundo o FMI. Isso aconteceu porque, embora os Estados Unidos e países europeus tenham deixado de comprar as commodities da Rússia, como gás natural, petróleo e minérios, o país passou a vender mais para outros mercados, como China, Índia e Turquia. O Brasil também entrou nesse jogo ao elevar exponencialmente a importação de diesel dos russos, financiando a máquina de guerra de Putin.”
“O autocrata também se beneficia do fato de poder direcionar a seu bel-prazer a economia de seu país, sem pedir licença a ninguém. Sendo assim, investimentos estatais expandiram os gastos com o setor de defesa e aqueceu esse setor, gerando empregos. Por fim, a Rússia tem contado com a ajuda de uma rede solidária de ditaduras. O Irã vende drones de baixo custo e mísseis balísticos. A Coreia do Norte exporta armas e obuses, que são pequenos canhões.”
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