Japão, Alemanha e Reino Unido em recessão técnica em 2024
Inflação global elevada, queda do consumo e falta de mão de obra qualificada afetam as três das seis maiores economias do mundo. As principais economias do planeta enfrentam duros desafios em 2024. Recentemente, quando o Japão divulgou uma queda de 0,1% no produto interno bruto (PIB) do quarto trimestre do ano, as notícias dominantes eram...
Inflação global elevada, queda do consumo e falta de mão de obra qualificada afetam as três das seis maiores economias do mundo.
As principais economias do planeta enfrentam duros desafios em 2024. Recentemente, quando o Japão divulgou uma queda de 0,1% no produto interno bruto (PIB) do quarto trimestre do ano, as notícias dominantes eram de que a nação asiática havia perdido para a Alemanha o posto de terceira maior economia do mundo.
O Japão registrou dois trimestres consecutivos de retração, configurando uma recessão técnica. Por outro lado, não era a Alemanha que estava acelerando, o Japão apenas cedeu seu lugar para um concorrente que estava estagnado.
Crise na Europa e Ásia
O PIB alemão ficou estagnado no segundo e terceiro trimestre de 2024, encolhendo 0,3% no final do ano. Junte-se a isso o Reino Unido, que também fechou o ano em recessão técnica, e chegamos à conclusão de que três das seis maiores economias do mundo estão vacilantes.
Esta situação é parcialmente explicada pelo aumento dos preços globais de energia após a Rússia invadir a Ucrânia, o que impulsionou uma inflação global já elevada. Com a inflação em alta, os consumidores têm menos dinheiro disponível, o que reduziu as perspectivas de crescimento. Em países como o Japão, por exemplo, o consumo das famílias representa quase metade do PIB.
Situação preocupante
Na Alemanha, a maior evidência da queda do consumo foi o pedido de falência feito pela KaDeWe, uma centenária loja de departamentos de Berlim que esta presente em todas as tradicionais guias de viagens. No Reino Unido, o primeiro-ministro Rishi Sunak está sendo questionado por não cumprir a promessa de fazer a economia decolar – sua aprovação é de apenas 28% entre os britânicos.
Apesar do cenário preocupante, existe consenso de que o consumo desses países irá se recuperar em 2024. O desafio agora é incentivar os investimentos num período de juros altos, custos elevados de matérias-primas e falta de mão de obra qualificada.
Projeção positiva para 2024
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma recuperação modesta para 2024, com avanços de 0,9% no Japão, 0,6% no Reino Unido e 0,5% na Alemanha.
Essas três nações são responsáveis por 5% das exportações brasileiras, equivalente a 16 bilhões de dólares por ano. Portanto, a recuperação dessas economias ricas será uma boa notícia também para o Brasil.
No entanto, o tempo dirá se os esforços dessas potências globais serão suficientes para superar os desafios que enfrentam e retomar a trajetória de crescimento.
Referência: VEJA, edição nº 2881 de 23 de fevereiro de 2024.
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