Cresce perseguição a cristãos no mundo, aponta relatório
Mais de 380 milhões de cristãos enfrentam discriminação e violência por sua fé, com dados alarmantes sobre mortes e abusos revelados pelo relatório World Watch List 2025
A perseguição aos cristãos no mundo atingiu níveis alarmantes, segundo o relatório World Watch List 2025, divulgado pela organização Open Doors. De acordo com o documento, mais de 380 milhões de cristãos enfrentam altos níveis de perseguição e discriminação por sua fé, marcando o período mais crítico dos últimos 32 anos de monitoramento.
No último ano, 4.476 cristãos foram mortos devido à sua religião, enquanto o número de prisões e condenações relacionadas à fé subiu para 4.744 casos. Além disso, cerca de 7.679 igrejas e propriedades cristãs foram atacadas ou confiscadas, números que ainda revelam uma leve diminuição em comparação aos 14.766 registrados no ano anterior.
Entre os 100 países monitorados, a Coreia do Norte lidera como o lugar mais hostil aos cristãos. Segundo o relatório, entre 50.000 e 70.000 cristãos estão presos no país, que mantém uma política de “tolerância zero” e alimenta o crescimento de igrejas subterrâneas.
Nações como Somália, Iêmen, Líbia e Sudão também se destacam por altos níveis de perseguição, em grande parte associados a sociedades islâmicas tribais e extremismo religioso.
A violência contra mulheres cristãs aumentou consideravelmente. Casos de abuso sexual, estupro e casamentos forçados alcançaram 3.944 registros no último ano, enquanto 821 jovens cristãs foram obrigadas a casar contra sua vontade. O relatório destaca que esses números são subestimados, dada a dificuldade de obtenção de dados em culturas onde as vítimas raramente denunciam.
Os conflitos em países como Mianmar, que sofrem com guerras civis, contribuíram para o deslocamento de 100.000 cristãos, forçados a deixar suas casas e comunidades. Este fenômeno tem provocado o esvaziamento de igrejas em regiões historicamente cristãs, como o Oriente Médio.
Embora os assassinatos de cristãos tenham caído em relação ao ano anterior, o aumento nos casos de detenção e a escalada de perseguições em 13 países a níveis extremos refletem uma crise generalizada de liberdade religiosa.
A Open Doors reforça que a perseguição não se limita a locais de conflito; mesmo em países considerados mais estáveis, como a Arábia Saudita, restrições à prática pública do cristianismo ainda persistem.
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