Cresce consumo de bebidas açucaradas entre jovens
Estudo revela aumento global no consumo de bebidas açucaradas por crianças e adolescentes, destacando a necessidade de ações de saúde pública.
O consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados, por crianças e adolescentes aumentou, em média, 23% entre 1990 e 2018 no mundo. Este dado foi extraído de um estudo publicado na quarta-feira (7) no periódico BMJ. Entretanto, no Brasil, houve uma redução de 39% no consumo desse tipo de bebida no mesmo período.
O estudo foi baseado em dados coletados para o Banco de Dados Dietético Global, que integra mais de 1.200 pesquisas alimentares de 185 países. Destas, 450 pesquisas de 118 países incluíram informações sobre a ingestão de bebidas adoçadas com açúcar. Os dados foram analisados para crianças e adolescentes de 3 a 19 anos, agrupados por idade, sexo, educação parental e residência rural ou urbana.
Quais Bebidas Foram Consideradas Açucaradas no Estudo?
O estudo definiu “bebidas açucaradas” como qualquer bebida adoçada com açúcar que contivesse, pelo menos, 50 calorias por cada porção de 237 gramas. Isso inclui bebidas comerciais ou caseiras, refrigerantes, bebidas energéticas, sucos de frutas e limonada. Sucos feitos 100% de frutas e vegetais, bebidas não calóricas adoçadas artificialmente e leite adoçado foram excluídos da análise.
Quais São os Principais Resultados do Estudo?
Os resultados mostram que a ingestão de bebidas açucaradas por crianças e adolescentes aumentou em média 23% no mundo (0,68 porções/semana), com o maior aumento ocorrendo na África Subsaariana (2,17 porções/semana). Em 2018, a ingestão média global foi de 3,6 porções por semana, variando de 1,3 no sul da Ásia a 9,1 na América Latina e no Caribe.
- 30% dos países analisados tiveram uma ingestão média de sete ou mais porções desse tipo de bebida por semana.
- Esses países representam, juntos, 238 milhões de crianças e adolescentes ou 10,4% da população global de jovens.
- A ingestão de bebidas adoçadas foi maior em crianças mais velhas e adolescentes do que em crianças mais novas.
- Moradores de áreas urbanas consumiram maior quantidade desse tipo de bebida.
Como o Aumento do Consumo de Bebidas Açucaradas Impacta a Saúde dos Jovens?
O estudo observou que, no mesmo período, houve um aumento na prevalência de obesidade entre os jovens. Isso reforça a necessidade de políticas para reduzir o consumo de bebidas doces. Os pesquisadores reconhecem limitações no estudo, como a disponibilidade limitada de dados de pesquisas alimentares em países de baixa renda e o potencial de subnotificação ou supernotificação em dados autorrelatados.
No entanto, os autores destacam que as descobertas representam as melhores estimativas atualmente disponíveis sobre a ingestão de bebidas açucaradas no mundo.
Quais São as Recomendações dos Pesquisadores?
Os pesquisadores recomendam a implementação de políticas e abordagens tanto a nível nacional quanto em um nível mais direcionado para reduzir a ingestão de bebidas adoçadas com açúcar entre os jovens. Destaque especial é dado às maiores ingestões em todas as áreas educacionais e residenciais na América Latina e no Caribe, além do crescente problema de bebidas açucaradas para a saúde pública na África Subsaariana.
Os autores do estudo sugerem que estas políticas podem incluir:
- Campanhas de conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de açúcar.
- Regulação da publicidade de bebidas açucaradas direcionada a crianças e adolescentes.
- Implementação de impostos sobre bebidas açucaradas para desencorajar o consumo.
- Promoção de alternativas mais saudáveis, como água e sucos naturais.
A pesquisa destaca a importância de ações coordenadas para combater os índices crescentes de consumo de bebidas doces e suas consequências para a saúde pública.
Suco Integral de Fruta Pode Estar Associado a Ganho de Peso
Apesar dos esforços para reduzir o consumo de bebidas açucaradas, é importante mencionar que até mesmo sucos integrais de fruta, ricos em nutrientes, podem estar associados ao ganho de peso se consumidos em excesso. Portanto, a moderação é essencial para uma dieta equilibrada.
Este estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem global e colaborativa para enfrentar um problema que afeta milhões de jovens em todo o mundo. É crucial que políticas de saúde pública sejam implementadas para educar e proteger as novas gerações dos efeitos nocivos do consumo excessivo de açúcar.
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