Coreia do Norte testa armas químicas, diz jornal britânico
Fontes do regime confirmam uso de sarin e gás mostarda em mísseis
A Coreia do Norte está desenvolvendo armas químicas para uso em combate, com a intenção de empregar numa eventual guerra contra a Coreia do Sul.
Fontes do alto escalão do regime de Kim Jong-un, segundo o jornal britânico The Telegraph, disseram que esses armamentos são vistos como “meios realistas e utilizáveis” para desorganizar e enfraquecer rapidamente as forças inimigas, antes de recorrer a armas nucleares.
Parte do arsenal químico já foi testada com sucesso e está sendo integrada a mísseis balísticos e sistemas de artilharia convencional.
Estimativas recentes indicam que o país possui entre 2.500 e 5.000 toneladas de agentes tóxicos, como sarin e gás mostarda, capazes de causar mortes em massa e sofrimento prolongado.
O uso desses produtos em conflito armado, especialmente contra civis ou centros urbanos, configura crime de guerra segundo tratados internacionais como a Convenção sobre Armas Químicas, da qual a Coreia do Norte não é signatária.
O programa químico norte-coreano opera sob sigilo.
As etapas de pesquisa, produção e operação são mantidas isoladas entre si, dificultando a identificação por órgãos internacionais de controle.
O regime utiliza instalações de uso misto, civil e militar, para mascarar a produção de armas ilegais.
Em declarações recentes, Kim Jong-un ordenou uma “virada radical” na prontidão de guerra das Forças Armadas e declarou que 2025 será um “ano crucial” para o fortalecimento das capacidades estratégicas do país.
A doutrina militar norte-coreana prevê o uso coordenado de armamentos químicos e nucleares como forma de dissuasão e ataque preventivo.
Satélites e análises de inteligência apontam pelo menos 30 instalações com potencial de produção química militar.
O regime enxerga essas armas como ferramentas de coerção capazes de paralisar a cadeia de comando sul-coreana logo no início de um eventual confronto.
A expansão do programa químico aumenta a preocupação entre Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e membros do G7, que acompanham possíveis violações de normas internacionais.
O monitoramento ficou mais difícil desde que a Rússia vetou, em 2024, a renovação do grupo de especialistas da ONU responsável por fiscalizar o programa de armas de destruição em massa do regime.
A articulação entre os programas químico, nuclear e de mísseis fortalece a capacidade ofensiva da Coreia do Norte e amplia o risco de um conflito em larga escala e com o cometimento indiscriminado de crimes de guerra.
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