Continua a troca de acusações entre França e Rússia
O porta-voz do Kremlin denunciou acusações “infundadas” do presidente francês, Emmanuel Macron, depois de este ter afirmado que a Rússia estava espalhando desinformação sobre um alegado despreparo da França para acolher os Jogos Olímpicos
O porta-voz do Kremlin denunciou acusações “infundadas” do presidente francês, Emmanuel Macron, depois de este ter afirmado que a Rússia estava espalhando desinformação sobre um alegado despreparo da França para acolher os Jogos Olímpicos:
“Estas são acusações completamente infundadas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa, garantindo que “nunca são apoiadas por provas”. “Tal comportamento é absolutamente inaceitável”, continuou ele.
Emmanuel Macron acusou, nesta quinta-feira, 4, Moscou de “alimentar todos os dias o fato de não podermos fazer isto ou aquilo, e que seria, portanto, um risco”, referindo-se à organização, na França dos Jogos Olímpicos desde ano.
As relações entre Paris e Moscou têm estado muito tensas há várias semanas, num contexto de debates sobre o potencial envio de tropas francesas para a Ucrânia.
Na quarta-feira, o Ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, tomou a iniciativa de uma troca telefônica com o seu homólogo russo, Sergei Choïgu, a primeira desde outubro de 2022.
Esta chamada causou novas tensões, tendo Emmanuel Macron posteriormente denunciado “comentários ameaçadores” da Rússia que afirmou esperar que os serviços secretos franceses não estivessem envolvidos no ataque que teve como alvo uma sala de concertos perto da capital russa no final de março (um massacre que deixou 144 mortos e que já foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico).
“Ajudar, ajudar e ajudar novamente a Ucrânia”
Após o novo percalço diplomático provocado pelo contato do ministro francês das Forças Armadas com o seu homólogo, o ex-presidente François Hollande recomendou que o governo francês não mantenha “nenhum contato” com a Rússia após a “instrumentalização ” feita por Moscou.
“Viram como a Rússia explora este tipo de discussões e até sugere que seria a França quem poderia ter apoiado os ataques em Moscou. A minha recomendação é não haver contato com a Rússia”, argumentou o ex-presidente, acrescentando que o apoio à Ucrânia era fundamental para o fim do conflito:
“Ajudar, ajudar e ajudar novamente a Ucrânia. Quanto mais ajudarmos a Ucrânia, maiores serão as hipóteses de este conflito acabar”, julgou François Hollande. “Não é o abandono que faz a paz, é a capacidade, face aos regimes autoritários, de poder mostrar que há limites e que esses limites acarretam um certo número de consequências quando são ultrapassados”, sublinhou.
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