Dois pescadores chineses se afogaram enquanto eram perseguidos pela guarda costeira de Taiwan ao largo do arquipélago de Kinmen, no extremo norte de Taiwan. O governo de Taipei afirmou que o barco de pesca invadiu as águas taiwanesas na quarta-feira.

Incidente nas águas de Taiwan

Os quatro pescadores a bordo resistiram à inspeção e o bote de pesca virou durante a perseguição. Pequim “condenou veementemente” o incidente, afirmando que ele “feriu seriamente os sentimentos dos compatriotas na costa de ambos os lados do Estreito de Taiwan“.

Kinmen está localizado a apenas 3 km da costa sudeste da China, colocando-o na linha de frente das tensões entre China e Taiwan.

A China vê Taiwan, autônomo, como uma província separatista que eventualmente fará parte do país, e não descartou o uso da força para isso.

Aumento das tensões

Nos últimos anos, os moradores de Kinmen têm relatado ver um aumento na presença de dragas chinesas em sua vizinhança. O grupo de ilhas tem uma população de cerca de 180 mil pessoas e fica a 187 km da principal ilha de Taiwan.

Entre os quatro tripulantes do barco chinês, dois foram declarados mortos no hospital após esforços para ressuscitá-los falharem, disse a guarda costeira. Os outros dois encontram-se estáveis e foram levados para Kinmen para uma investigação mais aprofundada.

O incidente aumenta as tensões entre ambos os lados. Em janeiro, Taiwan elegeu um novo presidente que Pequim considera “separatista”.

Declarações da China

O Escritório de Assuntos de Taiwan da China instou as autoridades taiwanesas a investigar o incidente e oferecer assistência às famílias das vítimas.

Zhu Fenglian, porta-voz do escritório, acusou o Partido Democrático Progressista, no poder em Taiwan, de “usar várias desculpas para apreender à força os barcos de pesca chineses e usar métodos violentos e perigosos contra os pescadores chineses“.

Ela disse que Pequim considera que as comunidades de ambos os lados do Estreito de Taiwan fazem parte de “uma única família”.

Segundo a porta-voz, a China “fez muito para facilitar operações normais para pescadores dos dois lados“.

Taiwan defende ação da guarda costeira

As autoridades de Taiwan defenderam as ações da guarda costeira na quinta-feira e pediram a Pequim que “contivesse comportamentos semelhantes” em suas águas.

“Recentemente, muitos barcos de pesca chineses continuaram a entrar em nossas águas restritas ou proibidas, aproveitando o Ano Novo Lunar para pescar peixes de alto valor“, disse o Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan.

A instituição lamentou profundamente o episódio, ressaltando que “os tripulantes chineses se recusaram a cooperar com nosso trabalho de aplicação da lei e infelizmente esse incidente aconteceu“.