Comediante de esquerda critica seu campo político por “hipocrisia e censura”
"Se você ama seu partido, tem que ser capaz de criticá-lo. Não estou tomando lados, só quero que as coisas melhorem", disse Whitney Cummings
A comediante Whitney Cummings, uma das mais conhecidas e populares dos EUA, decidiu romper seu silêncio e criticar abertamente o que ela chamou de “hipocrisia” da esquerda política nos Estados Unidos.
Durante um episódio recente de seu podcast, “Good For You”, ela expressou sua frustração com o que considera uma transformação preocupante da esquerda em um “partido da censura”.
“Eu sempre me considerei uma pessoa de esquerda”, disse Cummings. “Mas não acho que a esquerda seja tão ‘liberal’ [no sentido americano do termo] quanto costumava ser. Parece que se tornou o partido da censura.”
A declaração veio em resposta a críticas que a comediante recebeu após fazer piadas sobre o Partido Democrata e a mídia progressista em aparições recentes.
Críticas à Hipocrisia e à Falta de Autocrítica
Cummings disse que começou a se sentir compelida a criticar o próprio lado do espectro político ao perceber uma crescente intolerância à discordância.
“É selvagem que vivamos num momento em que, se você está à esquerda e não critica seu partido, quanto você realmente se importa com ele?”, questionou. Ela comparou sua antiga lealdade ao que chamou de “Síndrome de Estocolmo”, alegando que a verdadeira lealdade requer coragem para apontar falhas.
A comediante ironizou slogans tradicionais do campo progressista, como “meu corpo, minhas regras”, ao destacá-los como inconsistentes com algumas políticas defendidas recentemente. “É o partido pró-escolha [termo usado para quem defende o aborto], mas você não tem escolha no candidato”, alfinetou.
Os comentários da comediante também foram motivados pelas críticas que recebeu após sua participação no especial de Ano Novo da CNN, onde brincou sobre a audiência reduzida da emissora e questionou a cobertura do presidente Joe Biden.
Em seu podcast, ela defendeu suas declarações, dizendo que estava apenas apontando hipocrisias evidentes, sem a intenção de ser partidária ou “marcar pontos políticos”.
“Acho que não estava sendo política, sabe? Só estava destacando hipocrisias de todos os lados”, afirmou. Questionada sobre por que não atacou o ex-presidente Donald Trump em seu monólogo, Cummings rebateu: “Isso seria clichê. Todo mundo já fez isso, e, na CNN, seria apenas um ataque fácil, como jogar em casa.”
A postura crítica de Whitney Cummings reflete um descontentamento crescente dentro de setores progressistas nos Estados Unidos, que têm sido alvos de acusações de censura e intolerância. Enquanto isso, a comediante se posiciona como uma figura que se recusa a aderir cegamente a narrativas dominantes, ao mesmo tempo que mantém sua independência artística e política.
Embora a reação às suas declarações tenha sido polarizadora, Cummings insiste que o objetivo é promover uma reflexão. “Se você ama seu partido, tem que ser capaz de criticá-lo. Não estou tomando lados, só quero que as coisas melhorem”, concluiu.
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