Começa a eleição no Reino Unido
As urnas permanecerão abertas até as 22h (horário local), com os resultados das pesquisas de boca de urna esperados pouco depois
Os eleitores do Reino Unido vão às urnas nesta quinta-feira, 4, marcando a primeira eleição parlamentar em quase cinco anos e o provável início de uma nova era na política britânica.
Este processo eleitoral é crucial, com pesquisas de opinião apontando o partido conservador, liderado pelo atual primeiro-ministro Rishi Sunak, como o provável grande derrotado após 14 anos no poder.
A eleição ocorre em um contexto de grande descontentamento público com os conservadores, que têm sido criticados por uma série de problemas, desde a gestão econômica e a crise do custo de vida até questões relacionadas à imigração e ao Serviço Nacional de Saúde (NHS). A inflação alta e o crescimento econômico lento têm sido temas centrais na campanha, com muitos eleitores buscando mudanças.
Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista desde abril de 2020, emergiu como o principal adversário de Sunak e pode ser o novo rosto da política britânica. Starmer tem prometido reformas profundas e uma abordagem renovada para a economia e os serviços públicos, capitalizando o descontentamento generalizado com o governo atual.
O Partido Nacional Escocês (SNP), liderado por John Swinney, também desempenha um papel importante nesta eleição. Swinney, que assumiu a liderança em maio de 2024, prometeu iniciar negociações para a independência da Escócia se seu partido conquistar a maioria dos assentos escoceses. Isso ocorre em meio a um cenário turbulento para o SNP, após a renúncia abrupta da ex-líder Nicola Sturgeon devido a um escândalo de corrupção.
As urnas permanecerão abertas até as 22h (horário local), com os resultados das pesquisas de boca de urna esperados pouco depois. A votação de hoje pode não apenas redefinir o cenário político do Reino Unido, mas também influenciar as relações internacionais e a dinâmica dentro da União Europeia.
A decisão de Sunak de convocar eleições antecipadas surpreendeu muitos, inclusive dentro de seu próprio partido. A expectativa era de uma votação no período do outono local, quando se esperava que a economia mostrasse sinais mais claros de recuperação.
14 Anos dos Conservadores no Poder
Desde que assumiram o poder em 2010, os Conservadores do Reino Unido enfrentaram uma série de desafios e crises que marcaram profundamente a política britânica.
David Cameron (2010-2016)
David Cameron foi o primeiro líder conservador desta era, assumindo o cargo em meio à crise financeira global. Seu governo implementou políticas de austeridade rigorosas, cortando gastos públicos para reduzir o déficit. Em 2016, em uma tentativa de resolver divisões internas e pressão externa, Cameron convocou um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, que resultou no voto pelo Brexit. Após a vitória do “Leave”, Cameron renunciou, abrindo caminho para Theresa May.
Theresa May (2016-2019)
Theresa May assumiu com a tarefa de negociar a saída do Reino Unido da União Europeia. Sua liderança foi marcada por tentativas falhas de aprovar um acordo de Brexit no Parlamento, enfrentando forte oposição tanto de seus colegas conservadores quanto da oposição. Em 2017, May convocou uma eleição antecipada na esperança de fortalecer sua posição, mas o resultado foi um parlamento suspenso, enfraquecendo ainda mais sua liderança. Incapaz de unificar o partido ou o país em torno de sua visão para o Brexit, May renunciou em 2019.
Boris Johnson (2019-2022)
Boris Johnson, um defensor fervoroso do Brexit, assumiu prometendo “fazer o Brexit acontecer”. Sob sua liderança, o Reino Unido finalmente saiu da UE em janeiro de 2020, mas as negociações subsequentes sobre o futuro relacionamento comercial foram tumultuadas. A pandemia de COVID-19 também colocou o governo de Johnson sob escrutínio, com críticas à sua gestão da crise sanitária e econômica. Apesar de vencer uma eleição geral em 2019 com uma maioria substancial, Johnson enfrentou controvérsias contínuas, incluindo alegações de má conduta pessoal, que culminaram em sua renúncia.
Liz Truss (Setembro-Outubro 2022)
Liz Truss teve o mandato mais curto de um primeiro-ministro britânico, assumindo o cargo em setembro de 2022 após a renúncia de Boris Johnson. Seu breve período no poder foi marcado por uma série de decisões econômicas controversas que criaram pânico os mercados financeiros e uma queda dramática no valor da libra esterlina. Truss enfrentou forte resistência dentro de seu próprio partido e foi forçada a renunciar após apenas 45 dias no cargo.
Rishi Sunak (2022-Presente)
Rishi Sunak, inicialmente chanceler do tesouro sob Johnson, assumiu a liderança após a breve e tumultuada administração de Liz Truss. Ele prometeu restaurar a confiança e estabilidade no partido e no governo. Sunak enfrentou desafios contínuos, como a crise do custo de vida, inflação crescente e questões de imigração.
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