Catar suspende mediação para cessar-fogo em Gaza
Segundo reportagem de jornal israelense, o governo do Catar afirmou ao Hamas que seus membros não são mais bem-vindos no país
O Catar suspendeu a mediação para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em comunicado divulgado na noite de sábado, 9, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que a medida foi tomada até que o Hamas e Israel demonstrem “vontade e seriedade” nas negociações.
“Há 10 dias, durante as últimas negociações para tentar chegar a um acordo, o Catar informou as duas partes que pretendia suspender os seus esforços de mediação se um acordo não fosse alcançado durante essa mesma rodada”, diz a nota do porta-voz Majed Al Ansari.
Ainda de acordo com o comunicado, o Catar se comprometeu a voltar a mediar as negociações “quando as partes demonstrarem vontade e seriedade”.
Também no sábado, uma fonte diplomática ouvida pela Agência France Presse afirmou que o Catar iria se retirar do processo de negociação porque o gabinete político do Hamas na capital Doha “já não tem razão de existir”.
Al Ansari negou essa informação.
“O principal objetivo do escritório no Catar é ser um canal de comunicação entre as partes envolvidas, e esse canal contribuiu para a obtenção de um cessar-fogo”, disse o porta-voz.
Vitória de Trump já mexe com o Catar
Em reportagem publicada na última sexta-feira, 8, o jornal israelense Jerusalém Post afirmou que o governo do Catar disse ao grupo terrorista Hamas que seus membros não são mais bem-vindos no país.
A informação teria sido confirmada por três fontes diferentes. O motivo por trás do gesto, de acordo com o jornal israelense, seria a pressão americana.
Outro motivo, não dito na reportagem, é a eleição de Donald Trump.
Durante os quatro anos de mandato de Trump, entre 2017 e 2020, os Estados Unidos se aproximaram da Arábia Saudita e pressionaram o Catar, que tem boas relações com o Irã.
Em 2017, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein cortaram relações com o Catar, acusando o pequeno país de desestabilizar a região ao apoiar grupos islâmicos extremistas.
O acesso ao país foi bloqueado por terra, pelo ar e pelo mar.
O Catar também tem a rede de televisão Al Jazeera, que incita radicais em todo o Oriente Médio. O bloqueio ocorreu um mês depois de uma visita de Trump, como presidente, à Arábia Saudita.
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