Casos de Mpox podem aumentar nas próximas semanas na Europa
CDC prevê crescimento de infecções por Mpox importadas da África, mas considera baixa a chance de transmissão sustentada na Europa
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) alertou nesta sexta-feira, 16, que a Europa deve se preparar para a chegada de novos casos importados da variante 1b da Mpox, vírus que circula principalmente em regiões da África. A advertência vem após a Suécia confirmar o primeiro caso dessa variante em seu território na quinta-feira, 15.
Em uma nova avaliação de risco, o ECDC considerou “altamente provável” que mais casos importados da variante africana sejam identificados na Europa nas próximas semanas.
No entanto, a entidade classificou a probabilidade de que essa variante provoque uma transmissão sustentada no continente como “muito baixa”, desde que as infecções sejam detectadas precocemente e medidas de controle eficazes sejam aplicadas de imediato.
Risco de importação da Mpox
O ECDC enfatizou que o elevado fluxo de pessoas entre a Europa e a África aumenta o risco de importação da variante 1b. Por isso, recomenda que os Estados-membros da União Europeia (UE) emitam orientações específicas para os viajantes que planejam visitar ou que estão retornando de áreas afetadas pela mpox na África.
Nesses casos, o centro classificou a probabilidade de infecção como “alta”, o que demanda atenção redobrada.
“Além disso, o risco de contágio dentro da União Europeia existe, especialmente para aqueles que têm contato próximo com indivíduos suspeitos ou confirmados como portadores da mpox“, alertou o comunicado do ECDC.
Atenção redobrada na Europa
A diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner, ressaltou a necessidade de vigilância aumentada devido à rápida disseminação da variante 1b no continente africano. “A Europa deve estar preparada para lidar com a possibilidade de novos casos importados, considerando as conexões próximas entre os dois continentes“, afirmou. Ela destacou também o aumento do nível de risco para a população em geral na UE e para aqueles que viajam para áreas afetadas.
Rendi-Wagner reforçou que, embora a transmissão sustentada dentro da Europa seja improvável, a detecção precoce dos casos importados e a aplicação rigorosa de medidas de controle são cruciais para evitar a disseminação do vírus.
As autoridades de saúde europeias estão sendo aconselhadas a intensificar a vigilância e a preparar os sistemas de saúde para responder rapidamente a qualquer surto potencial.
Mpox se torna emergência global novamente
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu pela segunda vez, em um intervalo de dois anos, uma declaração de emergência de saúde global em resposta ao avanço do surto de Mpox, uma infecção viral que se espalha principalmente através do contato direto. Este novo alerta reflete a crescente preocupação com a propagação da doença, especialmente entre populações vulneráveis na África, e destaca a necessidade de uma resposta coordenada para evitar uma catástrofe humanitária, registrou reportagem da Reuters.
Uma emergência de saúde pública de interesse internacional, conhecida pela sigla em inglês PHEIC (Public Health Emergency of International Concern), é o mais alto nível de alerta emitido pela OMS. Esse status é declarado em situações onde uma doença apresenta risco de disseminação global e exige uma ação coletiva urgente dos países para controlar o surto.
A declaração de emergência visa mobilizar recursos, intensificar a cooperação internacional e garantir que as ferramentas necessárias para combater a doença sejam rapidamente disponibilizadas.
A nova declaração da OMS surge logo após o alerta emitido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África (Africa CDC), que também classificaram o surto de Mpox como uma emergência regional no início desta semana.
Mpox é novamente emergência global
A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, já havia sido classificada como uma emergência global há dois anos, quando um surto inesperado da doença começou a se espalhar para fora da África, especialmente entre homens que fazem sexo com homens. A rápida disseminação foi contida através de campanhas de vacinação, mudanças comportamentais e práticas de sexo seguro, que protegeram as populações em risco em várias partes do mundo.
Contudo, a Mpox é uma doença endêmica em certas regiões da África há décadas, sendo o primeiro caso registrado em humanos datado de 1970, no Congo. Desde então, a doença nunca deixou de ser uma preocupação para a saúde pública local, com surtos frequentes e recorrentes. O atual surto, que começou no início de 2023, é o mais severo já registrado no Congo, com mais de 27 mil casos e mais de 1.100 mortes, principalmente entre crianças, até o momento.
O que torna este surto especialmente preocupante é o surgimento de uma nova cepa do vírus, que parece se espalhar mais rapidamente e ainda é pouco compreendida pelos cientistas. A nova cepa está sendo transmitida por contato sexual e outros contatos próximos, como entre crianças em campos de refugiados, e já se expandiu para além do Congo, atingindo países vizinhos como Ruanda, Uganda, Burundi e Quênia.
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