Brasil entregou remédio na embaixada argentina, diz opositor de Maduro
Omar Gonzalez Moreno, um dos cinco asilados na embaixada em Caracas, disse que funcionário brasileiro conseguiu fornecimento de água
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Membro da oposição venezuelana, Omar Gonzalez Moreno, afirmou que um funcionário do governo brasileiro, responsável pela custódia de cinco asilados na embaixada da argentina em Caracas, entregou duas caixas de medicamentos para tratar de doenças cardíacas nesta quarta-feira, 29.
“Depois de quase uma semana de pressão internacional e nacional, pela falta dos meus remédios para doenças cardíacas, finalmente um funcionário do governo do Brasil veio a esta sede diplomática em Caracas, custodiada pelo Brasil, e me trouxe uma caixa com cada um dos medicamentos solicitados“, disse o opositor, em vídeo publicado pelo grupo Comando Con Venezuela.
Na semana passada, Gonzalez denunciou que a ditadura de Nicolás Maduro havia negado a entrega dos remédios para tratar de um problema do coração.
Gonzalez Moreno afirmou, em vídeo divulgado nesta quarta-feira, 29, que os asilados estão há mais de dois meses sem luz e sem contato com familiares.
Além disso, o opositor disse que o funcionário brasileiro conseguiu um caminhão-tanque, responsável por abastecimento de água, por três minutos.
“É bom destacar que isso não resolve esta situação de assédio aos cinco venezuelanos que estão asilados aqui na embaixada da Argentina, em Caracas. Seguimos sem eletricidade, pois roubaram os fusíveis que permitem o acesso da eletricidade nesta sede diplomática. Já temos mais de dois meses sem luz.
“Nesta manhã, por causa de um funcionário da embaixada do Brasil, permitiram que por três minutos chegasse um caminhão cisterna e chegasse e nos deixasse alguns litros de água nesta sede diplomática“, afirmou Gonzalez.
Fontes ligadas ao governo confirmaram a O Antagonista que houve a entrega dos medicamentos por parte de um funcionário da embaixada brasileira em Caracas.
Cerco
Nos últimos meses do ano passado, o regime chavista ampliou o cerco aos asilados como forma de pressiona-los e intimida-los.
Opositores revelaram a presença de agentes armados em cima de árvores, portando rifles.
Até mesmo drones foram vistos pelos asilados.
Hoje o cerco se intensificou, com ameaças de entrada e sobrevoo de drones durante a tarde”, disse Pedro Urruchurtu, coordenador internacional do grupo Comando Con Venezuela.
Leia mais: “Como o Brasil pode ajudar os seis venezuelanos na embaixada em Caracas”
Primeiro o asilo, depois o salvo-conduto
Para possibilitar a saída dos seis venezuelanos do país seria necessário, em primeiro lugar, que a Argentina solicitasse ao Brasil a concessão de asilo aos seis venezuelanos.
“O asilo é um instrumento de proteção humanitária, que pode ser concedido pelos Estados a qualquer indivíduo que solicite proteção e que se dirija à embaixada do Estado em que se busca a proteção. É também conhecido como asilo diplomático, um conceito diferente do asilo territorial, que ocorre quando o solicitante consegue dirigir-se diretamente ao país e, de lá, solicita o asilo“, diz o advogado Dorival Guimarães Pereira Jr., coordenador da Skema Business School, em Belo Horizonte.
O Brasil, então, poderia dar o salvo-conduto aos seis venezuelanos em nome da Argentina.
Argentina, Brasil e Venezuela são todos signatários da Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático, firmada em 28 de março de 1954 pelos Estados membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Essa Convenção regula a concessão de asilo e o salvo-conduto.
O salvo-conduto, por sua vez, é um documento que permite ao solicitante transitar em liberdade pelo país em que alega sofrer ameaça, permitindo que ele possa se dirigir ao país que concedeu o asilo.
“Em situações como a da Embaixada da Argentina, há previsão no tratado que o Estado que controla a Embaixada pode expedir o salvo-conduto para o solicitante. O Brasil, assim, poderia realizar esse ato em nome do Estado Argentino“, diz Pereira Jr.
“Em seguida, o governo da Venezuela seria informado da decisão, não podendo, nos termos do tratado, descumprir a determinação, já que o asilo é direito do Estado (argentino), e não do solicitante“, diz o advogado.
Como a Venezuela é signatária da Convenção, o ditador Nicolás Maduro teria de permitir a passagem dos seis venezuelanos.
Caberia ao Brasil, à Argentina e demais países pressionar Maduro para cumprir com sua obrigação.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
29.01.2025 16:46Espero que Maduro tenha uma super diarreia que impeça ele de sair de sua casa. E que antes de qualquer ajuda chegar, que ele encerre suas atividades nesta vida intra terrestre com a cueca suja.