Bolívia parabeniza Maduro após Corte validar fraude eleitoral
Na semana passada, a Corte venezuelana garantiu a vitória do ditador sem mostrar nenhuma ata eleitoral comprovando o resultado
O governo da Bolívia parabenizou Nicolás Maduro (foto) e afirmou respeitar a “decisão soberana” do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela. A principal Corte constitucional venezuelana, controlada por Maduro, validou na quinta-feira a farsa eleitoral realizada pelo ditador para se manter no poder.
Em publicação nas redes sociais, o presidente boliviano, Luis Arce, repudiou “qualquer tentativa de interferência” nos assuntos internos da Venezuela.
“A Bolívia defende o princípio da autodeterminação do povo e do respeito pela soberania. Nesse sentido, rejeita qualquer tentativa de interferir na política dos nossos países e apoia as instituições democráticas da República Bolivariana da Venezuela”, escreveu Luis Arce no X, na noite de sábado.
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia também parabenizou Maduro e afirmou na rede social respeitar a “decisão soberana” do Supremo da Venezuela.
Na Bolívia, o ex-presidente Evo Morales já havia se manifestado na semana passada para felicitar o ditador amigo.
Marcadas por fartos indícios de fraude — e por sinais abundantes de vitória da oposição — a Corte venezuelana garantiu a vitória do ditador sem mostrar nenhuma ata eleitoral comprovando o resultado.
Maduro uniu o mundo contra a fraude eleitoral
Governos de onze países anunciaram na sexta-feira que não reconhecerão a eleição de Maduro, ao menos sem a apresentação das atas das urnas, que comprovariam a farsa.
Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai emitiram um comunicado conjunto para condenar a manobra da ditadura.
Na carta, os países signatários reiteraram que “apenas uma auditoria imparcial e independente dos votos” poderia garantir o respeito à vontade popular e à democracia na Venezuela.
Eles também manifestaram preocupação com a violação dos direitos humanos perpetrada contra os cidadãos que exigem a apresentação das atas e o reconhecimento da vitória do candidato da oposição, Edmundo González.
Lula e Petro cobram atas
Os presidentes do Brasil, Lula, e da Colômbia, Gustavo Petro, divulgaram no sábado um comunicado conjunto e disseram que a credibilidade da vitória de Maduro depende da divulgação das atas eleitorais.
No documento, os presidentes disseram “tomar nota” da decisão do tribunal venezuelano, mas indicaram que isso não é o suficiente para reconhecer a vitória de Maduro.
Lula e Petro não elevaram o tom contra a Corte, como fizeram os outros onze países na sexta-feira.
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