Bolívia bate recorde de incêndios florestais
A Bolívia enfrenta um número recorde de incêndios florestais, agravados pelas mudanças climáticas. A situação tem mobilizado esforços internacionais e destaca a necessidade de ação conjunta contra as queimadas.
A Bolívia está perto de quebrar seu recorde de incêndios florestais, segundo dados mais recentes dos satélites, que mostraram os focos de incêndio superando a taxa do mesmo período durante os grandes incêndios de 2010, conforme boa parte da América do Sul pega fogo. A situação alarmante vem mobilizando esforços internacionais e destacando a crescente influência das mudanças climáticas.
Dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe) mostraram que a Bolívia teve 70.628 focos de incêndio até 22 de setembro, taxa maior do que o número registrado entre janeiro e setembro de 2010, pior ano já registrado. Aquele ano terminou com um recorde de 83.119 focos, número que a Bolívia parece prestes a ultrapassar em 2023.
Quais são as Causas dos Crescentes Incêndios?
A maior parte dos incêndios é provocada por atividades humanas, como o desmatamento e a queima de terrenos para agricultura. No entanto, pesquisadores destacam que as mudanças climáticas têm exacerbado a situação. As condições recentes de calor intenso e seca, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis, ajudam os incêndios a se espalharem mais rapidamente. A América do Sul está enfrentando uma série de ondas de calor desde o ano passado, elevando o risco e a intensidade dos incêndios.
Como a Comunidade Internacional está Respondendo?
No fim de semana, auxílio enviado pela União Europeia chegou na região central de Santa Cruz, uma das áreas mais atingidas pelos incêndios que devastam o país andino. O apoio incluiu um avião tanque Electra 481 para combate a incêndios e um helicóptero Airbus BK117 D3. Esse suporte é essencial para controlar os focos de incêndio e minimizar os danos.
Além da União Europeia, Canadá, Brasil e Venezuela também enviaram apoio à Bolívia. “É um desafio global a luta contra as mudanças climáticas. Precisamos nos unir”, disse Helene Roos, embaixadora da França na Bolívia. A solidariedade internacional é crucial para enfrentar a crise, mas a prevenção e controle demandam esforços contínuos e coordenados.
O Impacto Regional e os Esforços Locais
Enquanto isso, incêndios também devastam Argentina, Peru, Paraguai e Brasil. Na região brasileira do Xingu, por exemplo, bombeiros encharcaram casas com telhados de palha em comunidades indígenas, tentando evitar que queimassem completamente. O cenário se repete em várias comunidades da América do Sul.
- Argentina enfrenta incêndios nas florestas do Chaco.
- No Peru, a Amazônia é a mais afetada pelos focos de fogo.
- Paraguai luta contra incêndios na região do Chaco Boreal.
- Brasil vê suas reservas indígenas ameaçadas pelo avanço do fogo.
Por que é Importante Agir Agora?
“Depois de anos de trabalho como bombeiros, notamos os efeitos das mudanças climáticas, que tornaram o nosso trabalho muito mais difícil”, disse o supervisor estadual dos bombeiros brasileiros, Guilherme Camargo. A ação conjunta e coordenada entre países é vital para combater a crise dos incêndios florestais, impulsionada pelas mudanças climáticas. Medidas de mitigação e prevenção devem ser priorizadas.
Megaron Txucarramae, um importante líder indígena, destacou a gravidade da situação: “Estamos preocupados e não somos só nós, mas o mundo todo.” O alerta é claro: sem medidas eficazes para combater as mudanças climáticas e prevenir queimadas, a frequência e intensidade dos incêndios florestais continuarão a aumentar, ameaçando ecossistemas inteiros e comunidades vulneráveis.
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