BlueSky, o “Twitter da esquerda”, ignora libertação de reféns em Gaza
Rede social fica em silêncio sobre acordo mediado pelos EUA que libertou israelenses do Hamas e expõe "bolha ideológica"
O tema político mais sensível do mundo ontem, a libertação dos 20 reféns israelenses vivos pelo Hamas, não apareceu entre os assuntos mais discutidos no BlueSky.
A plataforma, apelidada de “Twitter da esquerda”, ignorou um evento que costuma mobilizar fortemente grupos progressistas em todo o mundo.
Nos tópicos em alta, os temas eram fotografia, jardinagem, cultura pop e animais de estimação.
Nenhuma menção a reféns, Israel, Hamas, cessar-fogo ou ao papel dos Estados Unidos.
Enquanto isso, no X, antigo Twitter, a troca de prisioneiros dominava o debate global com milhões de interações.
O presidente americano viajou a Jerusalém, discursou no parlamento israelense e afirmou: “A guerra acabou, no que me diz respeito.”
Mesmo com a dimensão do fato, o BlueSky permaneceu em silêncio. As poucas postagens sobre o tema vieram de perfis progressistas com críticas a Israel.
O usuário @angrystaffer.bsky.social escreveu: “Os reféns eram o principal trunfo do Hamas para manter o conflito.” Já o acadêmico @dovwaxman.bsky.social afirmou: “É tragicamente óbvio que o objetivo de libertar os reféns foi considerado menos importante que a limpeza étnica em Gaza.” Nenhuma das publicações viralizou.
Pesquisas do Pew Research Center e da Universidade de Zurique indicam que o BlueSky é dominado por usuários urbanos e universitários de esquerda, com forte tendência pró-Palestina.
Esse ambiente homogêneo limita o contato com visões divergentes e cria uma “câmara de eco” digital.
O comportamento se aproxima do descrito pelos psicólogos Jonathan Haidt e Greg Lukianoff em The Coddling of the American Mind, que analisam como elites universitárias desenvolveram intolerância à dissonância e apego à pureza moral.
Enquanto famílias israelenses celebravam em Tel Aviv e líderes internacionais elogiavam o cessar-fogo, o BlueSky seguia discutindo temas culturais e identitários.
O biólogo americano Colin Wright ironizou no X: “É alucinante como aquela bolha é hermética. O mundo celebra a libertação dos reféns, e o BlueSky finge que nada aconteceu.”
O caso expõe o efeito de bolhas ideológicas em ambientes digitais dominados por uma elite progressista.
Ao evitar temas que desafiam suas narrativas, o BlueSky se transforma num espaço de conforto moral e filtragem seletiva da realidade.
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