A vida dentro da Coreia do Norte é mais estranha que a ficção. Quanto mais histórias são compartilhadas por desertores, mais insólita a reputação da nação totalitária se torna. O país caracteriza-se por um regime autoritário extremista e suas regras são bem diferentes de quaisquer outras ao redor do mundo.

Inclusive, há pena de morte por um direito (e hábito) muito comum em países democráticos, como o Brasil. Que regras bizarras são essas? Vamos explorar algumas das leis mais chocantes seguidas pelos moradores da Coreia do Norte.

Quais são as leis mais estranhas da Coreia do Norte?

Há uma série de leis e regulamentações na Coreia do Norte que podem parecer absurdas aos olhos de quem reside em países livres. Esses regulamentos não apenas controlam, mas também reprimem severamente a liberdade pessoal e os direitos humanos.

Acesso restrito à internet e mídia

Para começar, um dos aspectos mais notórios é o acesso fortemente controlado à internet e mídia. Na Coreia do Norte, a internet como conhecemos simplesmente não existe. O acesso é limitado a uma intranet governamental chamada ‘Kwangmyong’. Isso mantém os cidadãos isolados das informações globais e permite que o governo controle totalmente o conteúdo que é acessível.

Kwangmyong, que significa ‘Brilhante’, é uma intranet doméstica norte-coreana lançada em 2000. Esta rede é usada para fins de comunicação interna e para divulgar propaganda governamental. Apenas um seleto grupo de pessoas, como líderes políticos e seus familiares, estudantes de universidades de elite e membros do departamento de guerra cibernética militar, pode acessar a internet real sob rigorosa supervisão do governo.

Há também apenas 28 sites disponíveis para uso profissional através desta rede. Além disso, Wi-Fi é proibido até mesmo em embaixadas norte-coreanas ao redor do mundo.

Uso de celulares

Embora o uso de celulares tenha aumentado nos últimos anos, as regras são igualmente rígidas. Os celulares norte-coreanos estão programados para bloquear qualquer comunicação internacional, mantendo o fluxo de informações sob rígido controle do governo.

Quebrar essa regra pode resultar em severas punições, como prisão ou até mesmo pena de morte. Em 2007, um homem foi executado por fazer várias chamadas internacionais.

Proibição de literatura estrangeira

Outra regra bizarra é a proibição de literatura estrangeira. Livros, revistas e até filmes de outros países são estritamente proibidos. De fato, ser pego com material estrangeiro pode resultar em severas penalidades, incluindo trabalhos forçados ou até pena de morte.

Por exemplo, distribuir pornografia pode levar à pena capital. Falar dormindo durante um discurso de Kim Jong-un ou cometer suicídio pode levar à punição de toda a família, seguindo a política de ‘culpa por associação’.

Proibição de uso de jeans e penteados não aprovados

Os cidadãos norte-coreanos estão proibidos de usar jeans, considerados um símbolo do capitalismo. Além disso, só é permitido seguir uma lista de 28 penteados aprovados pelo governo (18 para mulheres e 10 para homens). Usar outros penteados é estritamente proibido, e transgressões podem resultar em severas punições.

Outras regras recentes da Coreia do Norte

Algumas regras ainda mais recentes acrescentaram novos níveis de controle à vida dos cidadãos. Por exemplo, em 2021, foi proibido rir por 11 dias para marcar o décimo aniversário da morte de Kim Jong-IL. Durante esse período, a população também não podia fazer compras ou beber.

Em outro exemplo, durante a pandemia de Covid-19 em 2020, os cidadãos foram ordenados a entregar seus cães de estimação, alegadamente como uma medida contra a decadência ocidental, mas também possivelmente para combater a escassez de alimentos.

Restrições de viagem

Viajar é um luxo que muitos norte-coreanos nunca terão a oportunidade de experimentar. A população é severamente restringida, não apenas para viajar ao exterior, mas também para viajar dentro do país.

Autorizações e permissões oficiais são necessárias para qualquer viagem, prevenindo que notícias de desertores se tornem comuns. Tentar fugir do país pode resultar em execução ou sentenças severas em campos de trabalho forçado.

Por que essas leis existem?

O governo da Coreia do Norte utiliza essas leis para manter controle absoluto sobre sua população. Esse controle extremo garante que os cidadãos permaneçam leais ao regime e previne rebeliões ou influxos de informação do exterior que possam despertar o desejo por mudança. A severidade das punições, que podem incluir até mesmo pena de morte, reforça o medo constante na população.

Impacto na vida dos cidadãos

O impacto dessas regras no dia a dia dos cidadãos é profundo. Privados de liberdades básicas, os norte-coreanos vivem num estado constante de vigilância e medo. A falta de informações do mundo exterior perpetua a propaganda governamental, mantendo o regime poderoso e os cidadãos submissos. Aqueles que transgredem as normas enfrentam graves consequências, que podem ir desde trabalhos forçados até execuções públicas.

Diferença entre as nações democráticas e a Coreia do Norte

Ao conhecer algumas das leis mais bizarras da Coreia do Norte, fica evidente o quão diferente a vida é nesse país em comparação com as nações democráticas. A falta de liberdades pessoais e o controle extremo são chocantes, oferecendo um vislumbre do quão opressivo pode ser viver sob um regime totalitário. Que essas histórias sirvam como um lembrete da importância da liberdade e dos direitos humanos.

• Controle da Informação: Acesso restrito à internet e mídia.
• Proibição de Literatura Estrangeira: Proibido possuir livros, revistas e filmes estrangeiros. A punição pode incluir desde trabalhos forçados até pena de morte.
• Restrições de Viagem: Permissões oficiais necessárias para viajar. Tentativas de fuga podem resultar em execução ou sentenças severas.
• Proibição de Uso de Jeans e Penteados Não Aprovados: Uso de jeans é proibido e apenas 28 penteados são permitidos.
• Regras Recentes: Proibição de rir por 11 dias e entrega de cães de estimação durante a pandemia de Covid-19.

Nesse contexto, entendemos a singularidade e severidade das leis que regem a vida dos norte-coreanos, destacando a resiliência e a luta pela sobrevivência em um ambiente tão rígido.