Após sanções da Casa Branca a Moscou, emissário russo chega aos EUA
Kirill Dmitriev chegou aos Estados Unidos para reunião com negociador da Casa Branca, dias após Washington aplicar medidas contra empresas petrolíferas de Moscou
O principal negociador econômico do Kremlin, Kirill Dmitriev, desembarcou nos Estados Unidos com a missão de se reunir com representantes do governo do presidente Donald Trump, em um momento de acirrada tensão diplomática. A chegada acontece um dia após a imposição de sanções americanas contra as maiores petrolíferas russas.
O encontro previsto é com Steve Witkoff, o principal negociador da Casa Branca. Witkoff é um dos envolvidos nas discussões sobre um acordo para a guerra e se reuniu com Dmitriev em abril. A continuidade do diálogo entre as duas maiores potências nucleares do planeta é considerada “vital para o mundo e deve continuar com a plena compreensão da posição da Rússia e o respeito pelos seus interesses nacionais”, conforme declaração do próprio Dmitriev.
Sanções e ceticismo diplomático
As sanções americanas foram direcionadas à Lukoil e à Rosneft, as duas principais companhias do setor petrolífero russo. O objetivo é pressionar Vladimir Putin a negociar o fim do conflito na Ucrânia. Essas empresas respondem por 5% de toda a produção global de petróleo.
As medidas, que congelam bens em instituições americanas e dificultam transações, marcam a primeira vez que Trump as aplica contra a Rússia ligadas à guerra, em seu segundo mandato. Putin reconheceu o potencial impacto econômico das ações.
O ditador russo garantiu que Moscou não se curvará: “Este é um ato hostil contra a Rússia e não fortalece as relações entre a Rússia e os Estados Unidos, que apenas começaram a ser restauradas. (…) Nenhum país que se preze e nenhum povo que se preze jamais decide nada sob pressão”.
A visita de Dmitriev já estava planejada há algum tempo, a partir de um convite americano. Contudo, ela segue-se a um período de rápido ceticismo na diplomacia.
Diálogo subiu no telhado?
Trump havia conversado com Putin, e ambos tinham concordado em uma reunião presencial em Budapeste. Mas a cúpula foi suspensa e, posteriormente, cancelada pelo presidente americano. O cancelamento ocorreu após a sequência de ataques aéreos russos contra a Ucrânia, que atingiram um jardim de infância.
O fator principal para a suspensão, no entanto, foi a recusa do Kremlin em pausar os combates antes de um acordo de paz ser concretizado, conforme ficou claro nas conversas entre Marco Rubio e Sergei Lavrov.
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