Após denúncia de deterioração, Macron anunciará reformas no Louvre
Desde que Laurence des Cars, atual presidente do museu, enviou uma nota à ministra da Cultura, Rachida Dati, o Louvre tem estado no centro das atenções
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O presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, anunciou que fará uma visita ao Museu do Louvre, onde revelará medidas em resposta aos desafios enfrentados pelo museu.
A iniciativa surge após um alerta sobre as condições alarmantes de conservação devido à pressão gerada pela enorme quantidade de visitantes que frequenta o local diariamente.
Em um comunicado, a presidência informou que “haverá anúncios sobre o Louvre e seu futuro”, sem, no entanto, entrar em detalhes sobre as soluções que serão apresentadas.
Este evento ocorrerá em um local simbólico: a famosa pirâmide de vidro, inaugurada em 1988 e projetada pelo arquiteto Ieoh Ming Pei, que serve como entrada principal do museu.
A visita de Macron é particularmente significativa, considerando que ele celebrou sua vitória nas eleições presidenciais de 2017 diante da mesma pirâmide. Desta vez, ele poderá se pronunciar com a famosa obra de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa, ao fundo.
A deterioração do Louvre
Desde que Laurence des Cars, atual presidente do museu, enviou uma nota à ministra da Cultura, Rachida Dati, o Louvre tem estado no centro das atenções.
O documento destacou diversos problemas estruturais e operacionais enfrentados pelo museu, incluindo a deterioração das instalações e a obsolescência dos equipamentos técnicos.
Além disso, foram mencionadas preocupações com variações de temperatura que ameaçam a conservação das obras de arte.
Mona Lisa
Outra questão em debate é o local onde a Mona Lisa está exposta. Com aproximadamente 20 mil pessoas visitando-a diariamente, as condições nas áreas adjacentes têm sido impactadas.
Embora não tenha sido confirmado um eventual deslocamento da famosa pintura para um novo espaço, essa possibilidade está sendo considerada.
Atualmente, a pirâmide do Louvre é considerada “estruturalmente ultrapassada”, uma vez que foi projetada para receber quatro milhões de visitantes anualmente. No entanto, os números atuais mostram que o museu atraiu quase nove milhões de visitantes em 2024 e chegou a dez milhões antes da pandemia de Covid-19.
Dificuldades orçamentárias
Macron enfrenta dificuldades orçamentárias significativas. Após as recentes eleições legislativas, seu governo não possui mais a mesma influência sobre as decisões orçamentárias como nos anos anteriores.
Ademais, as finanças públicas encontram-se em situação delicada, tornando inviáveis investimentos massivos por parte do Estado. Estima-se que as reformas necessárias possam custar centenas de milhões de euros.
A porta-voz do governo francês, Sophie Primas, ressaltou que não é viável incluir no orçamento um gasto extraordinário de 500 milhões de euros neste momento.
O Palácio do Eliseu afirmou que Macron preparou suas propostas em colaboração com a ministra da Cultura e que essas iniciativas não são meramente ações isoladas do presidente.
Fontes governamentais indicam que o executivo está explorando formas de mobilizar recursos adicionais junto a grandes empresas e doadores privados.
Esse modelo já foi utilizado com sucesso na arrecadação de 846 milhões de euros para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame após o incêndio devastador ocorrido em 2019.
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