Após 10 anos, coalizão militar dos EUA vai começar a deixar o Iraque
Mesmo com o anúncio, uma data para o início da saída ainda precisa ser definida. Atualmente os EUA possuem 900 soldados na Síria e 2.500 em território iraquiano.
Em um acontecimento que poderá reconfigurar o cenário geopolítico do Oriente Médio, o governo do Iraque está demarcando a data para o início do processo de encerramento da presença da coalizão militar internacional, que inclui os Estados Unidos (EUA), em seu território.
A afirmação foi feita em um comunicado pelo gabinete do primeiro-ministro.
Atualmente, os EUA possuem 900 soldados na Síria e 2.500 no Iraque, em uma missão com o propósito declarado de assessorar e auxiliar forças locais no combate ao extremismo do Estado Islâmico.
No entanto, os acontecimentos recentes na região, especialmente o ataque dos EUA que resultou na morte de um líder de milícia em Bagdá, acenderam o alerta entre grupos alinhados ao Irã, que exigem a retirada das forças internacionais do Iraque.
Processo de retirada do Iraque de coalizão militar liderada pelos EUA ainda sem prazo definido
Ainda não há um prazo definido para a saída das forças da coalizão. Contudo, de acordo com o comunicado oficial do governo, um comitê bilateral será formado em breve para iniciar as providências necessárias para encerrar a presença das forças internacionais no país de maneira permanente.
O comitê contará com representantes da própria coalizão militar. Ainda no comunicado, o primeiro-ministro do Iraque, disse:
“Enfatizamos nossa firme posição de encerrar a existência da coalizão internacional após o fim das justificativas para sua existência”.
Pressão interna e externa aumenta sobre o governo iraquiano
A decisão de encerrar a presença militar estrangeira no Iraque ocorre em meio a uma crescente pressão interna e externa sobre o governo iraquiano.
Grupos de milícias alinhados ao Irã, que se opõem à campanha de Israel na Faixa de Gaza, acusam os EUA de corresponsabilidade pelos acontecimentos recentes na região.
Dentro do próprio Iraque, a situação política do primeiro-ministro se complicou, com fortes pressões de partidos xiitas alinhados ao Irã, que buscam encerrar a presença dos EUA no país.
Porém, ainda não se sabe se tal anúncio representa apenas uma postura política interna ou se de fato, haverá ação para o fim da presença militar dos Estados Unidos no Iraque, antigo objetivo do Irã e de grupos apoiados por este país.
Para os próximos meses, a expectativa é de que o cenário geopolítico do Oriente Médio sofra mudanças significativas a partir das ações do governo do Iraque e da resposta da coalizão militar liberada pelos EUA.
Seja como for, a presença de forças internacionais em um país sempre é motivo de extensa discussão política, em nível local e global.
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