Viralizou no X o trecho em vídeo da participação da jornalista Zanny Minton Beddoes, editora-chefe da revista britânica The Economist, em programa da CNN Internacional no domingo, 16 de março, no qual ela resumiu os números do apoio recebido pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto), no país invadido pelas tropas do ditador russo Vladimir Putin.

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“Mais de 7 em cada 10 ucranianos agora dizem que aprovam o trabalho do Sr. Zelensky; 8 em cada 10 dizem que ele ainda é o presidente legítimo da Ucrânia e rejeitam a ideia de eleições enquanto os conflitos continuam. Mais de 7 em cada 10 ainda confiam nele para liderar as negociações. Ainda mais impressionante, a pesquisa sugere que o Sr. Zelensky venceria uma eleição se ela fosse realizada hoje.”

Pesquisa

Ian Bremmer, fundador e presidente da empresa de consultoria de risco Eurasia Group, também participou do programa e ironizou em seguida:

“Trump é um grande unificador. México, Canadá, Europa, Ucrânia, não os Estados Unidos, mas todos os países estão ficando mais unidos por causa de Trump.”

A pesquisa a que se referiu Beddoes foi encomendada pela Economist ao instituto Ipsos e divulgada pela revista britânica quatro dias antes, em 12 de março.

“A parte surpreendente é o quão errados”

O Antagonista traduz um trecho da matéria original:

“A pesquisa parece justificar a postura resiliente do Sr. Zelensky em um momento de crescente pressão americana. Por semanas, o presidente da Ucrânia foi alvo de uma ofensiva orquestrada pelos aliados de Trump, incluindo o vice-presidente J.D. Vance, Donald Trump Jr. e Elon Musk, o conselheiro bilionário do presidente.

Várias personalidades MAGA [sigla em inglês para o movimento trumpista ‘Faça a América grande de novo’] ecoaram a propaganda do Estado russo ao descrever o Sr. Zelensky como um ditador por ‘cancelar eleições’. Às vezes, o próprio Sr. Trump liderava a ofensiva. Em fevereiro, ele hostilizou o Sr. Zelensky como um ‘comediante moderadamente bem-sucedido’ e um ‘ditador’ com classificações ‘muito baixas’, alegando falsamente que tinha apenas 4% de apoio. O Sr. Vance sugeriu que era política americana impor eleições à Ucrânia mesmo durante a guerra.

A Economist encomendou a pesquisa em parte para testar tais afirmações. Sem surpresa, isso mostra que eles estão errados. A parte surpreendente é o quão errados. Os ucranianos estão se unindo em torno de seu presidente de um modo com que o Sr. Trump só poderia sonhar.

A pesquisa descobriu que 72% dos ucranianos aprovam forte ou um pouco o desempenho no trabalho de seu presidente; Trump está em 46%, de acordo com o rastreador do The Economist.

Também mostra oposição categórica às eleições durante a guerra. Os ucranianos concordam com a visão do Sr. Zelensky, declarada em nossa recente entrevista com ele, de que realizar eleições enquanto mobilizados para a guerra é logística e legalmente impossível. Sólidos 62% rejeitam as eleições até que a guerra termine oficialmente. Outros 19% os considerariam apenas durante um cessar-fogo. Apenas 14% concordam com a Casa Branca que elas devem ocorrer o mais rápido possível.”

Leia mais: Como os eleitores de Trump se voltaram contra a Ucrânia