Anistia Internacional denuncia tortura de menores sob ordens de Maduro
"Quando se trata de proteger e respeitar os direitos humanos, já podemos esperar o pior do governo de Nicolás Maduro. Prender, torturar, criminalizar e punir crianças ultrapassa um limite que nenhum Estado deveria jamais cruzar", afirmou a Anistia Internacional
Em um contexto de repressão intensificada na Venezuela, um novo relatório da Anistia Internacional revelou informações chocantes sobre detenções arbitrárias que incluem crianças e pessoas com deficiência.
O estudo, divulgado na última quinta-feira, 28 de novembro, destaca a prática de torturas, maus-tratos e sérias violações perpetrados pelo regime de Nicolás Maduro entre os dias 29 e 31 de julho, período em que foi lançada uma ofensiva contra dissidentes após as eleições.
De acordo com o levantamento, quatro meses depois dessa onda de repressão, pelo menos 198 menores ainda enfrentam detenção injusta, acusações penais infundadas ou sofrem com as consequências psicológicas e físicas dos abusos cometidos pelas autoridades venezuelanas.
Ditadura sem limites
Em resposta, a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, manifestou forte condenação às ações do governo venezuelano: “Quando se trata de proteger e respeitar os direitos humanos, já podemos esperar o pior do governo de Nicolás Maduro. Prender, torturar, criminalizar e punir crianças ultrapassa um limite que nenhum Estado deveria jamais cruzar”, afirmou Callamard.
Ela exige a libertação imediata e incondicional das crianças afetadas, além da reparação pelos danos sofridos.
A secretária-geral salientou ainda que tais violações fazem parte de um padrão mais amplo de desrespeito sistemático aos direitos à integridade pessoal e à liberdade na Venezuela.
Diante disso, Amnistia Internacional conclama a comunidade internacional a unir-se em defesa dos direitos humanos no país sul-americano, com foco especial nos direitos das crianças.
O relatório também pede apoio ao trabalho investigativo em andamento por parte do Tribunal Penal Internacional e outras entidades sob o princípio da jurisdição universal, além de exigir um escrutínio rigoroso da Missão de Determinação dos Fatos das Nações Unidas.
Sebin cerca casa da mãe de María Corina Machado
O grupo de campanha da dirigente, Comando Vzla, denunciou a presença de viaturas do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) nas proximidades da residência de Corina Parisca (84), mãe de Machado.
Conforme divulgado em sua conta na plataforma X, agentes encapuzados foram avistados circulando pela área em diversas ocasiões.
“Nesta quinta-feira, 28 de novembro, até o presente momento, duas viaturas do Sebin estacionaram por duas vezes em frente à casa da mãe de María Corina Machado, com as sirenes ligadas e agentes encapuzados monitorando o local”, informou o grupo, sem confirmar se Parisca estava na residência no momento.
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