Al Jazeera nega vínculo, mas admite contribuição de “jornalista” que mantinha reféns
A Al Jazeera Media Network confirma que Abdallah Aljamal nunca trabalhou com a rede, mas contribuiu para um artigo de opinião em 2019
A Al Jazeera publicou, em sua conta oficial de relações públicas no X, uma nota para tentar se descolar do “jornalista” Abdallah Aljamal, apontado pelas Forças de Defesa de Israel no domingo, 9, como um agente do Hamas que manteve em cativeiro três dos quatro reféns resgatados no sábado, 8.
A emissora de TV do Catar, país que hospeda terroristas do grupo, referiu-se às pessoas sequestradas em território israelense em 7 de outubro de 2023 e levadas para a Faixa de Gaza como “prisioneiros”, buscando traçar uma equivalência com os prisioneiros palestinos em Israel, detidos e/ou condenados pelo cometimento de crimes.
“A conta X do Ministério da Defesa de Israel e alguns sites israelenses citaram o nome de um jornalista palestino de Gaza chamado Abdallah Aljamal e afirmaram que ele trabalha com a Al-Jazeera e que seu nome estava ligado ao que aconteceu na libertação de quatro prisioneiros pelo exército israelense no centro da Faixa de Gaza no sábado.
A Al Jazeera Media Network confirma que Abdallah Aljamal nunca trabalhou com a rede, mas contribuiu para um artigo de opinião em 2019, e que estas alegações são completamente infundadas.
A rede sublinha também que estas alegações são uma continuação do processo de calúnia e desinformação que visa prejudicar a reputação, o profissionalismo e a independência da Al Jazeera.
Ela exige rigor antes que se publique qualquer uma destas alegações, cuja repetição se tornou ridícula.
A Al Jazeera Media Network reserva-se todos os seus direitos legais para refutar todas estas alegações.”
Várias contas israelenses ironizaram e criticaram a nota da emissora, cujo site, como mostrou O Antagonista no domingo, mantinha uma minibiografia de Abdallah Aljamal, apresentado como “um repórter e fotojornalista baseado em Gaza”.
“Espero que os reféns também estejam ‘reservando todos os seus direitos legais’ para refutar a Al-Jazeera, que os chama de ‘prisioneiros’”, comentou o ex-porta-voz do governo de Israel, Eylon Levy.
“A Al Jazeera utiliza o termo ‘prisioneiros’ para descrever civis roubados de suas famílias e mantidos como reféns pelo Hamas, numa violação grave e bárbara do direito internacional. Este braço de propaganda do vil regime do Catar não serve a outro propósito que não defender os terroristas”, comentou a organização Israel War Room.
“O fato de Al Jazeera descrever os quatro israelenses resgatados de Gaza como ‘prisioneiros’ e não ‘reféns’, diz tudo o que você precisa saber sobre a falta de credibilidade e o papel da Al-Jazeera como nada mais do que um porta-voz do Hamas”, comentou o advogado de direitos humanos internacionais Arsen Ostrovsky.
Diversas contas publicaram o print da minibiografia de Aljamal no site da Al Jazeera para rebater a tentativa da emissora de se descolar dele.
O “jornalista” também era correspondente em Gaza do veículo The Palestine Chronicle, sediado nos Estados Unidos, cujo site publicou diversas matérias anti-Israel assinadas por ele.
“Não creio que eu consiga superar o fato de que este ‘jornalista’ estava publicando histórias enquanto mantinha literalmente três reféns israelenses na sua casa. Que merda”, comentou o correspondente militar do jornal The Times Of Israel, Emanuel Fabian, publicando um print da coluna de Aljamal.
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