AfD, partido de extrema-direita alemão, elege mais um prefeito
Lochner é um firme apoiante da política anti-imigração da AfD, que se tornou um pilar fundamental da sua plataforma após a chegada de cerca de um milhão de migrantes à Alemanha em 2015.
O partido alemão de extrema-direita, AfD, Alternative für Deutschland (Alternativa para Alemanha) elegeu no domingo, 17 de dezembro, o primeiro prefeito de uma cidade de médio porte, em uma nova vitória que confirma a ascensão do partido, sobretudo no leste do país.
Tim Lochner, de 53 anos, vai governar a cidade de Pirna, de cerca de 40 mil habitantes, situada no estado da Saxônia. Ele derrotou Kathrin Dollinger-Knuth, do tradicional partido conservador liberal, União Democrata Cristã (CDU), o mesmo da ex-chanceler Angela Merkel, fundado por Konrad Adenauer.
Lochner é um firme apoiante da política anti-imigração da AfD, que se tornou um pilar fundamental da sua plataforma após a chegada de cerca de um milhão de migrantes à Alemanha em 2015. Lochner foi anteriormente membro dos conservadores Democratas Cristãos (CDU).
Ele foi questionado no domingo, 18 de dezembro, pela emissora local sobre comentários anteriores referentes a uma “substituição populacional” – uma teoria popular entre a extrema-direita.
“Se tivermos uma proporção de estrangeiros em certas partes da cidade de 38 por cento demonstráveis, em escolas primárias e creches, então, para mim, isso já representa um substituto da população local”, afirmou o candidato vitorioso.
As pesquisas de opinião mostram que a AfD é o partido é o mais forte na Alemanha Oriental. Aproveitando uma poderosa onda de sentimento anti-imigrante, o partido também alcançou resultados recordes nas eleições estaduais da Alemanha Ocidental e está caminhando para obter o maior número de votos no leste do país em 2024.
O resultado deste domingo foi divulgado poucos dias depois que o Departamento de Proteção da Constituição do estado da Saxônia classificou o diretório do partido no estado da Saxônia como uma organização extremista de direita que deveria ser acompanhado pelo serviço secreto a fim de prevenir riscos à segurança interna e à ordem liberal-democrática do país.
A AfD está se fortalecendo na Alemanha?
“Alternativa para Alemanha” (AFD) é um partido populista de extrema-direita que surgiu em 2013 para protestar contra a política alemã de apoio financeiro em favor dos países do sul da União Europeia. Atravessando fases de considerável radicalização política e retórica, o partido aproximou-se consideravelmente dos círculos de extrema-direita na Alemanha.
O ano de 2023 está sendo especialmente bem-sucedido para a AfD.
Em julho, o partido conquistou sua primeira prefeitura no país, em uma pequena cidade no estado da Saxônia-Anhalt. Um mês antes, a legenda havia vencido sua primeira eleição para conselho distrital, no distrito de Sonneberg, na Turíngia, outro estado do leste.
Embora o partido seja mais popular no leste alemão, pesquisas em todo o país mostram que, se as eleições federais fossem hoje, a AfD receberia cerca de 20% das intenções de voto, tornando-se a segunda maior força do Bundestag (a Câmara baixa do Parlamento alemão), atrás apenas da CDU da ex-chanceler federal Angela Merkel.
Os partidos populistas de direita estão em ascensão em toda a Europa. Na Alemanha, a AfD está comemorando os sucessos nas pesquisas e nas eleições. Mas o que pode ser feito para proteger a democracia? Será que a proibição da AfD é a solução?
A classificação, pelo Gabinete para a Proteção da Constituição da Saxônia, da Alternativa para a Alemanha (AfD) como uma ameaça à democracia pode indicar uma tentativa de banir completamente o partido como inconstitucional.
No passado, a Alemanha fez uso dos poderes constitucionais em nome da segurança interna para manter sob controle as forças de extrema-direita e de extrema-esquerda. Mas estes eram partidos e associações marginais que não tinham chances de chegar ao poder – nem mesmo a nível local ou em governos de coligação. Não é o caso da AfD.
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