“A violência é contrária à democracia”
O editorial do The New York Times aborda o atentado contra Donald Trump em um comício e destaca a necessidade de resistir à escalada de violência política nos Estados Unidos
O Conselho Editorial do The New York Times publicou artigo intitulado “O ataque a Donald Trump é contrário aos valores americanos” neste sábado, 13, abordando o atentado a tiros contra Donald Trump durante um comício em Butler, Pensilvânia.
O ex-presidente foi atingido na orelha, enquanto pelo menos um inocente foi morto no incidente. A publicação condena veementemente a tentativa de resolver divergências políticas por meio da violência, frisando que “violência é contrária à democracia”.
O editorial enfatiza que a resolução de eleições deve ocorrer por meio de “cédulas, não balas”, e apela aos líderes políticos e à população para resistirem à retórica extremista e à violência. “A violência está infectando a vida política americana”, alerta o texto, apontando que fatores como polarização cultural e política e o poder radicalizador da internet contribuem para essa tendência.
Relembrando uma série de editoriais intitulada “O perigo interno” publicada em 2022, o conselho editorial do The New York Times observa que a violência tem se tornado uma sombra cada vez mais presente na democracia americana. “Esta eleição presidencial de alto risco está tensionando ainda mais o compromisso da nação com a resolução pacífica das diferenças políticas”, diz o artigo.
O editorial menciona uma pesquisa recente do Projeto de Segurança e Ameaças de Chicago, onde 10% dos entrevistados concordaram que o uso da força seria justificado para impedir Trump de se tornar presidente novamente, enquanto 7% disseram que o uso da força seria justificado para restituí-lo à presidência. “A agenda política de Trump não pode e não deve ser combatida com violência”, conclui o texto, destacando a necessidade de que esta eleição seja decidida pelos votos dos americanos.
O Conselho Editorial do The New York Times é formado por um grupo de jornalistas especializados. Atuando separadamente da redação de notícias, o conselho se dedica a oferecer análises sobre temas críticos.
Histórico Recente de Endossos Presidenciais do The New York Times
O The New York Times (NYT) tem uma longa história de endossos presidenciais, começando em 1852 com Winfield Scott. Nos últimos tempos, o jornal tem consistentemente apoiado candidatos do Partido Democrata.
- Em 2000, apoiou Al Gore (Democrata) – Perdedor.
- Em 2004, apoiou John Kerry (Democrata) – Perdedor.
- Em 2008 e 2012, apoiou Barack Obama (Democrata) – Vencedor em ambas.
- Em 2016, apoiou Hillary Clinton (Democrata) – Perdedor.
- Em 2020, apoiou Joe Biden (Democrata) – Vencedor.
Desde 1956, o NYT não endossa um candidato republicano para a presidência, sendo Dwight D. Eisenhower o último republicano a receber o apoio do jornal.
Viés contra a direita e a favor de pautas identitárias
O NYT tem sido alvo de críticas frequentes por alegado viés progressista. Essas críticas se concentram em várias áreas:
Na cobertura de eventos e políticas, o NYT tem sido acusado de apresentar um viés de esquerda, especialmente nas eleições de 2016 e 2020, vistas por alguns como tendenciosas contra Donald Trump e a favor dos candidatos democratas. A ex-editora pública do NYT, Liz Spayd, alertou sobre a percepção de viés, sugerindo que o jornal estava se tornando uma voz que fala apenas para metade do país.
A seção de opinião do NYT é frequentemente criticada por sua inclinação à esquerda. A AllSides, uma organização que avalia o viés da mídia, classifica a seção de opinião do NYT como “esquerda”, indicando uma forte tendência ideológica em suas opiniões e editoriais.
Em questões sociais como casamento entre pessoas do mesmo sexo, direitos ao aborto e regulamentação ambiental, o NYT tem sido descrito como adotando uma postura progressista, muitas vezes tratando esses temas mais como causas do que como assuntos noticiosos.
Jornalistas e editores dentro do NYT também têm expressado preocupações sobre a direção editorial do jornal. James Bennet, ex-editor da página editorial, criticou a falta de diversidade de pensamento e a pressão para alinhar-se com visões progressistas.
Conservadores e figuras públicas, como o ex-presidente Donald Trump, frequentemente acusam o NYT de ser um “braço da oposição” devido à sua cobertura crítica de políticas e figuras republicanas.
Essas percepções de viés têm impacto na credibilidade do NYT entre leitores conservadores. Um estudo do Pew Research Center em 2014 mostrou que 65% dos leitores do NYT eram politicamente à esquerda, enquanto apenas 12% eram à direita. Essa polarização na base de leitores reflete a percepção de que o jornal favorece uma agenda progressista.
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