A resposta ucraniana ao pedido do papa por “bandeira branca”
Em entrevista, o papa disse que Moscou e Kiev deveriam ter "a coragem de levantar a bandeira branca e negociar"
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, rebateu neste domingo, 10, o papa Francisco, que afirmou, em entrevista à emissora de televisão suíça RTS, que Moscou e Kiev deveriam ter “a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”.
Na rede social X, antigo Twitter, Kuleba disse que a bandeira ucraniana é azul e amarela e que o país jamais irá se render.
“O mais forte é aquele que, na batalha entre o bem e o mal, fica do lado do bem em vez de tentar colocá-los em pé de igualdade e chamar isso de ‘negociações’.
Ao mesmo tempo, no que diz respeito à bandeira branca, conhecemos esta estratégia do Vaticano desde a primeira metade do século XX. Exorto-vos a evitar a repetição dos erros do passado e a apoiar a Ucrânia e o seu povo na sua justa luta pelas suas vidas.
Nossa bandeira é amarela e azul. Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e prevalecemos. Jamais hastearemos quaisquer outras bandeiras.
Agradecemos a Sua Santidade o papa Francisco pelas suas constantes orações pela paz e continuamos esperando que, depois de dois anos de guerra devastadora no coração da Europa, o pontífice encontre a oportunidade de fazer uma visita apostólica à Ucrânia para apoiar mais de um milhão de cidadãos ucranianos. Católicos, mais de cinco milhões de greco-católicos, todos cristãos e todos ucranianos.”
O que disse o papa?
Em entrevista divulgada no sábado, 9, o papa Francisco afirmou que Ucrânia e Rússia deveriam negociar “antes que as coisas piorem”.
“Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, disse o chefe da Igreja Católica.
“A palavra ‘negociar’ é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou.
“Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar? Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, completou.
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