A guerra do Congo atinge um novo clímax em Goma
Cadáveres nas ruas, relatos de estupros e saques: impressões da cidade de Goma, cuja captura pelo grupo rebelde M23 alarmou governos ocidentais
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Em meio a uma escalada brutal de violência, a cidade de Goma, no leste do Congo, se encontra em um estado de emergência.
Os moradores e poucos estrangeiros que ainda permanecem na área foram orientados a buscar abrigo longe das janelas e portas, enquanto os ecos dos disparos ressoam nas ruas.
Os conflitos em Goma refletem um cenário mais amplo, marcado por décadas de instabilidade e violência na região. Desde os anos 90, o Congo enfrenta uma guerra que já resultou na morte de aproximadamente seis milhões de pessoas, e a recente invasão dos rebeldes M23 intensifica essa crise.
M23
A M23 é reconhecida como a facção rebelde mais poderosa na região, operando com cerca de 8.000 combatentes.
Essa força é alimentada principalmente pelo apoio do governo do Ruanda, que acusa o Congo de abrigar milícias que ameaçam sua estabilidade. A M23 é vista como um braço armado rwandês no território congolês.
No último domingo, os combates se intensificaram quando a M23 lançou um ataque a Goma, rapidamente tomando o controle da cidade.
Aproximadamente cem pessoas morreram e mais de mil ficaram feridos, com hospitais locais sobrecarregados e incapazes de atender à demanda crescente por cuidados médicos. Informações também apontam para casos de violência sexual durante os conflitos.
Enquanto isso, alguns mercenários romenos contratados pelo governo congolês abandonaram suas posições e cruzaram para o Ruanda, deixando para trás suas armas em um luxuoso hotel da cidade. Em contraste, milicianos locais conhecidos como Wazalendo ainda resistem à ofensiva rebelde.
A insatisfação é palpável entre os cidadãos de Goma que testemunham a incapacidade das forças armadas congolesas em proteger seu território.
ONU
O ataque em Goma provocou reações entre governos que frequentemente tratam o conflito como uma questão secundária.
O Conselho de Segurança da ONU convocou reuniões urgentes, enquanto o governo do Quênia planejou uma cúpula com líderes regionais, incluindo os presidentes do Ruanda e do Congo – evento que não se concretizou.
Várias nações, incluindo Estados Unidos, França e Reino Unido, expressaram desapontamento com a presença rwandesa no Congo.
Especialistas alertam que o conflito no leste congolês pode se transformar em uma guerra regional mais ampla.
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