A demissão de uma jornalista americana mostra como a esquerda está matando a democracia
A jornalista americana Bari Weiss, editora do New York Times, pediu demissão do jornal. O motivo foi a pressão constante contra ela, vinda de dentro e fora da redação. Weiss cometeu o pecado de publicar artigos de vozes conservadoras que iam de encontro aos talibãs do politicamente correto. O mais irônico é que ela foi contratada, em 2017, justamente para dar pluralidade ao jornal apelidado por nova-iorquinos à direita (sim, eles ainda existem) de "The Pravda on the Hudson", em, referência ao jornalão do regime soviético...
A jornalista americana Bari Weiss, editora do New York Times, pediu demissão do jornal. O motivo foi a pressão constante contra ela, vinda de dentro e fora do jornal. Weiss cometeu o pecado de publicar artigos de vozes conservadoras que iam de encontro aos talibãs do politicamente correto. O mais irônico é que ela foi contratada, em 2017, justamente para dar pluralidade ao jornal apelidado por nova-iorquinos à direita (sim, eles ainda existem) de “The Pravda on the Hudson”, em referência ao jornalão do regime soviético.
Weiss expôs a razão da sua demissão, de forma clara e tranquila, considerando o contexto da sua saída. Ela disse na sua carta:
“Artigos que seriam facilmente publicados há dois anos agora deixam o editor em situação difícil, quando não chega a ser demitido. Se um texto pode causar críticas internas ou nas redes sociais, o editor evita publicá-lo.”
E mais:
“Um novo consenso emergiu na imprensa, mas talvez especialmente neste jornal: a verdade não é um processo de descoberta coletiva, mas uma ortodoxia já conhecida por alguns pouco iluminados cujo trabalho é informar todos os outros.”
E ainda:
“O Twitter não está no cabeçalho do New York Times. Mas o Twitter se tornou seu editor definitivo.”
O jornal foi protocolar na sua resposta. Afirmou que “está comprometido em promover um ambiente de diálogo honesto e empático entre colegas, em que o respeito mútuo é exigido de todos”.
Na verdade, os talibãs na redação do New York Times deitam e rolam, promovendo uma caça às bruxas incessante contra quem ousa discordar dos seus dogmas. Exemplo disso foi a publicação de um artigo do senador Tom Cotton, que pedia a intervenção dos militares para conter os protestos violentos contra a morte de George Floyd, o homem negro morto por um policial branco. Não bastasse a chuva de comentários negativos, mil funcionários do jornal fizeram um abaixo-assinado contra o fato de o New York Times ter publicado o artigo.
Weiss conta que, no privado, era cumprimentada pelos mandachuvas do jornal, por sua coragem, enquanto sofria bullying na redação. “Ser de centro num jornal americano não deveria exigir coragem”, diz ela. Weiss cometeu o crime de exercer o direito à opinião própria e à pluralidade, em direção contrária a movimentos identitários que querem cancelar a história americana a pretexto de combater o racismo. Weiss conta que foi chamada de racista e nazista. Que colegas insistiam que ela deveria ser demitida se o jornal quisesse mesmo ser “inclusivo”. Que a criticavam por ela “estar escrevendo outra vez sobre judeus”. Weiss não é racista ou nazista — é apenas uma jornalista que deveria ser respeitada mesmo por quem não concorda com ela.
A esquerda vive alertando para a possibilidade de a democracia morrer nos Estados Unidos e no mundo, por causa da ascensão de políticos da direita populista. Na verdade, quem está matando a democracia é ela própria, por meio dos talibãs do politicamente correto. A democracia morre quando se mata um dos lados da verdade coletiva.
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