Hipertensão arterial pulmonar: entenda a doença de Lígia em “Três Graças”
Doença retratada na trama provoca aumento da pressão nos vasos que levam sangue do coração aos pulmões
Com sinais discretos que muitas vezes se confundem com a rotina acelerada, a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma condição rara e de grande impacto, vem ganhando atenção nacional ao ser retratada pela personagem Lígia, vivida por Dira Paes, na novela “Três Graças”, da TV Globo. A abordagem abriu espaço para que mais pessoas entendam esse quadro complexo, que exige atenção precoce e acompanhamento especializado.
A hipertensão arterial pulmonar provoca aumento da pressão nos vasos que levam sangue do coração aos pulmões. É progressiva, potencialmente fatal e costuma ser confundida com outras doenças respiratórias. “A HAP avança de forma silenciosa e exige investigação cuidadosa. Quanto mais cedo identificada, maiores as chances de controlar a progressão e preservar a qualidade de vida”, explica o Dr. Guilherme Crespo, médico e líder de inovação na Neuralmed, empresa dedicada a tornar o setor de saúde mais inteligente e sustentável.
Causas e sintomas da hipertensão arterial pulmonar
As causas podem incluir doenças autoimunes, como lúpus e esclerodermia, infecções, problemas congênitos do coração, uso de certos medicamentos ou substâncias, além de doenças pulmonares crônicas que prejudicam a oxigenação. Em alguns casos, a condição pode surgir sem causa claramente identificada, sendo classificada como hipertensão arterial pulmonar idiopática.
Os primeiros sinais, como cansaço, dificuldade para respirar, inchaço nas pernas e tonturas, são frequentemente atribuídos ao estresse ou ao sedentarismo. “O grande desafio é que os sintomas parecem comuns. Isso faz com que muitos pacientes procurem ajuda quando a doença já está em estágio avançado”, diz o médico.
Diagnosticar cedo muda o curso da doença
A confirmação do diagnóstico depende de exames como ecocardiograma, tomografia e cateterismo cardíaco. A rapidez nesse processo faz diferença direta no desfecho clínico. “É uma condição que exige insistência em investigação e cuidados na ausência de melhora clínica a despeito dos tratamentos propostos. O diagnóstico se torna tardio quando o paciente ‘aceita’, passa a conviver com os sintomas e muda seus hábitos e rotinas ao invés de continuar a investigação dos sintomas que persistem”, afirma o Dr. Guilherme Crespo.

Tecnologias auxiliam no diagnóstico da doença
Ferramentas digitais como algoritmos para leitura de exames de imagem, triagem inteligente e integração de dados clínicos já ajudam médicos a suspeitar da doença de forma mais rápida. “Soluções de IA [inteligência artificial] conseguem identificar padrões que o olho humano não percebe de imediato. Falamos sobre ferramentas que podem encontrar o paciente certo, na hora certa, e chamá-lo de volta para a linha de cuidado, o que é fator-chave para o tratamento mais eficaz”, destaca o especialista.
Quando exames, histórico clínico e sintomas são reunidos em um único sistema, o rastreio fica mais preciso. “A integração de dados reduz erros, evita queixas repetidas sem solução e ajuda a detectar trajetórias clínicas típicas da HAP”, explica o Dr. Guilherme Crespo.
Tratamento da hipertensão arterial pulmonar
O tratamento da hipertensão arterial pulmonar visa reduzir a pressão nas artérias pulmonares, melhorar a respiração e diminuir a sobrecarga do coração. Ele pode incluir medicamentos que dilatam os vasos pulmonares, como vasodilatadores específicos, além de anticoagulantes, diuréticos e oxigenoterapia, dependendo da necessidade de cada paciente.
Mudanças no estilo de vida também fazem parte do tratamento, como evitar esforços intensos, manter alimentação equilibrada e acompanhar regularmente um especialista. Nos quadros mais graves, pode ser necessário realizar procedimentos mais avançados, como transplante pulmonar ou cardíaco-pulmonar. O acompanhamento contínuo com cardiologista ou pneumologista é essencial para ajustar o tratamento e melhorar a qualidade de vida do paciente.
A abordagem do tema em “Três Graças” tem impacto direto na informação da população. “Quando a ficção traz uma doença rara para o centro da narrativa, ela educa. Muitas pessoas passam a reconhecer sintomas e buscar avaliação médica, e isso salva vidas”, afirma o Dr. Guilherme Crespo.
Por Wendy Oliveira e Redação EdiCase
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