China produziu máquina de litografia ultravioleta extrema para a fabricação de chips avançados
A intenção é alterar gradualmente a correlação de forças na indústria global de semicondutores.
O avanço da China na fabricação de chips de última geração ganhou um novo capítulo com o desenvolvimento de um protótipo funcional de máquina de litografia EUV em Shenzhen.
A tecnologia é tratada como marco estratégico dentro de uma política mais ampla de autonomia tecnológica iniciada após o endurecimento das sanções dos Estados Unidos a partir de 2018.
A intenção é alterar gradualmente a correlação de forças na indústria global de semicondutores.
O que é a litografia EUV chinesa e por que ela importa
A litografia EUV chinesa busca dominar a tecnologia necessária à produção de chips abaixo de 7 nanômetros, faixa dos processadores mais avançados.
Essa técnica usa comprimentos de onda extremamente curtos de luz para desenhar circuitos minúsculos em wafers de silício, aumentando a densidade de transistores e a eficiência energética.
A máquina desenvolvida em Shenzhen, ainda em fase de protótipo, indica redução parcial da dependência de fornecedores como a holandesa ASML.
O controle dessa etapa é crucial para competir em computação de alto desempenho, aplicações de IA, telecomunicações 5G e sistemas militares.
Como o chamado Projeto Manhattan Chinês foi organizado
O programa, apelidado de “Projeto Manhattan Chinês”, reuniu milhares de engenheiros da Huawei, universidades e institutos estatais sob coordenação centralizada e forte apoio financeiro público.
A comparação com o esforço histórico dos EUA na década de 1940 destaca a escala, a confidencialidade e as metas agressivas envolvidas.
Segundo relatos, o desenvolvimento combinou engenharia reversa de componentes importados e recrutamento de ex-especialistas de empresas estrangeiras.
O objetivo técnico é viabilizar uma linha de produção estável de chips avançados entre 2028 e 2030, alinhada às metas nacionais de autossuficiência parcial em semicondutores.
Quais são os principais eixos técnicos de desenvolvimento
Para tornar a litografia EUV viável em ambiente industrial, a China estruturou múltiplos eixos de pesquisa paralelos.
Cada frente mira gargalos tecnológicos historicamente dominados por poucos fornecedores globais, especialmente na Europa, Japão e Estados Unidos.
- Desenvolvimento de fontes de luz EUV de alta potência e operação contínua.
- Produção de espelhos e óptica de precisão com tolerâncias na escala atômica.
- Criação de sistemas de controle e metrologia para vibrações e variações térmicas.
- Formação de cadeia doméstica de suprimentos para peças críticas e materiais especializados.
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🇨🇳 A China acabou com o monopólio das empresas ocidentais e de Taiwan no setor de semicondutores.
— Análise Geopolítica (@AnaliseGeopol) December 19, 2025
Pela primeira vez na história, a China conseguiu produzir uma máquina de litografia ultravioleta extrema (EUV) para a fabricação de chips avançados.
Em um laboratório de alta… pic.twitter.com/xasJBBdEri
A litografia EUV chinesa pode romper o atual monopólio global
Analistas veem a litografia EUV chinesa como desafio direto ao domínio de empresas como ASML e TSMC, hoje centrais na produção de chips de nós avançados.
A entrada gradual da China tende a redistribuir capacidades e abrir novas rotas de fornecimento na cadeia de semicondutores.
Porém, a distância entre demonstrar um protótipo e disputar contratos globais ainda é grande.
Escalar a tecnologia exige confiabilidade 24/7, altos rendimentos na fabricação de wafers, integração com processos químicos e fotomáscaras maduros e manutenção constante sem acesso irrestrito a fornecedores estrangeiros.
Quais são os impactos estratégicos para IA, defesa e geopolítica
O avanço da litografia EUV chinesa tem implicações diretas para IA, data centers eficientes e sistemas militares de comando e controle. Ao reduzir a dependência externa, a China amplia sua margem de manobra em segurança nacional e em política industrial de longo prazo.
No plano internacional, o protótipo alimenta debates sobre controles de exportação, propriedade intelectual e realocação de fábricas.
O cenário aponta para maior fragmentação tecnológica, com blocos regionais buscando autossuficiência em componentes críticos e reavaliando riscos geopolíticos na cadeia global de semicondutores.
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