Esses animais preveem sinais de terremotos e tempestades antes dos humanos
Veja o que a ciência já sabe sobre esse comportamento.
Alguns animais parecem perceber sinais de perigo antes de qualquer alerta oficial. Em várias regiões do mundo, há relatos de bichos que mudam de comportamento pouco antes de terremotos, erupções vulcânicas, tempestades fortes e até tsunamis, o que desperta o interesse de pesquisadores em entender se esse instinto pode ajudar na previsão de desastres naturais.
O que significa dizer que animais preveem desastres naturais?
Quando se afirma que animais antecipam desastres, não se sugere que eles “veem o futuro”, mas que captam estímulos ambientais sutis que escapam aos sentidos humanos. Pequenas vibrações no solo, mudanças na pressão atmosférica ou variações químicas na água e no ar podem ser percebidas com mais sensibilidade.
Essa capacidade está ligada à sobrevivência em ambientes sujeitos a eventos extremos. Indivíduos que reagem mais rápido a sinais estranhos têm mais chance de escapar, e esse comportamento tende a ser preservado ao longo das gerações como forma de fuga antecipada.
Como os animais percebem terremotos e outros eventos naturais?
Estudos sugerem diferentes mecanismos para explicar essa percepção aguçada. Em algumas espécies, a audição extraordinária é o principal fator; em outras, a sensibilidade a vibrações, à pressão atmosférica ou até a campos eletromagnéticos em mudança ganha destaque.
Entre os principais mecanismos estudados pelos cientistas estão:
- Sensibilidade a vibrações: roedores, formigas e répteis detectam tremores mínimos no solo antes de qualquer percepção humana.
- Alterações na água: peixes e anfíbios notam mudanças químicas e físicas ligadas a terremotos submarinos e tsunamis.
- Variações de pressão e clima: aves migratórias e insetos respondem a quedas bruscas de pressão que antecedem tempestades.
- Campos eletromagnéticos: algumas pesquisas relacionam reações animais a oscilações eletromagnéticas antes de abalos sísmicos, tema ainda em debate.
Confira um vídeo que mostra um cachorro prevendo um terremoto:
🚨VEJA: O desespero dos cachorros alertando sobre o terremoto segundos antes de acontecer em Lima, no Peru. pic.twitter.com/O85WFXI1yx
— CHOQUEI (@choquei) June 18, 2025
Quais animais são mais associados à previsão de catástrofes?
Diversas espécies são mencionadas em relatos e estudos de campo, especialmente em regiões rurais, onde a convivência próxima facilita a observação de mudanças bruscas de comportamento. Esses registros ajudam a identificar padrões que podem ser investigados com mais rigor científico.
Entre os animais mais citados estão cães e gatos domésticos, que podem ficar inquietos, se esconder ou tentar fugir antes de tremores; pássaros que abandonam áreas costeiras ou próximas a vulcões; animais de fazenda que se aglomeram, recusam alimento ou rompem cercas; e insetos e anfíbios que exibem comportamentos atípicos antes de enchentes e terremotos.
Animais realmente ajudam a prever desastres naturais?
A questão central é se essa percepção antecipada pode ser usada de forma confiável como ferramenta de alerta. Países como Japão e China tentam correlacionar estatisticamente o comportamento animal com registros sísmicos, mas os resultados ainda são inconclusivos e cercados de incertezas.
Entre os principais desafios estão a falta de padronização dos comportamentos, a dificuldade de monitorar muitos animais em grandes áreas e o risco de falsos alarmes. Por isso, especialistas veem a observação de animais como complemento aos sistemas geológicos, meteorológicos e oceanográficos, e não como substituto.

Como a percepção animal pode ser aplicada na prevenção de riscos?
Mesmo sem consenso, há propostas para integrar o comportamento animal às estratégias de redução de risco. Em comunidades rurais e tradicionais, o conhecimento local sobre a reação de rebanhos, aves e animais silvestres já orienta decisões de evacuação informal, sobretudo onde a tecnologia é limitada.
- Programas de registro sistemático de comportamentos estranhos antes de eventos extremos.
- Parcerias entre universidades, defesa civil e produtores rurais para troca contínua de dados.
- Uso de coleiras e sensores em animais de grande porte para monitoramento em tempo real.
- Integração dessas informações a plataformas de monitoramento de terremotos, enchentes e deslizamentos.
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