Dormir pouco engorda mesmo? A resposta não é tão simples
O sono também pesa na balança
A dúvida é comum e faz sentido: dormir pouco engorda? A resposta é sim, pode engordar, mas não porque o corpo cria gordura do nada. O ganho de peso acontece por uma sequência de efeitos que o sono ruim provoca no apetite, no metabolismo e no comportamento diário.
Dormir pouco engorda mesmo?
Dormir mal não age diretamente sobre a balança, mas altera o funcionamento do corpo de forma profunda. Quando o sono é curto ou de baixa qualidade, vários sistemas saem do eixo ao mesmo tempo.
O resultado aparece aos poucos. Mesmo mantendo uma alimentação parecida, o corpo passa a responder de forma diferente, favorecendo o ganho de peso.

O que o sono tem a ver com o peso?
Durante o sono, o organismo regula hormônios, ajusta o metabolismo, controla o estresse e organiza o uso de energia. Dormir bem é um processo ativo, não apenas descanso.
Quando esse período é encurtado, o corpo entra em modo de desequilíbrio, afetando diretamente fome, saciedade e gasto energético.
Os hormônios que explicam o aumento do apetite
Dois hormônios têm papel central nesse processo. A leptina sinaliza saciedade, enquanto a grelina estimula a fome. Dormir pouco reduz a leptina e aumenta a grelina.
Isso faz com que a fome apareça mais cedo, mais intensa e com maior desejo por alimentos calóricos. Não é falta de disciplina, é resposta hormonal.
Como o sono ruim muda o comportamento alimentar
Após noites mal dormidas, o cérebro busca energia rápida. O desejo por açúcar, gordura e ultraprocessados aumenta, enquanto o autocontrole diminui.
Esse cenário costuma levar a hábitos como:
- Beliscar com mais frequência
- Comer por impulso
- Exagerar em lanches e porções
- Usar comida como compensação do cansaço
O Dr. Paulo Muzy explica, em seu canal do TikTok, como um bom sono tem um desempenho crucial no nosso metabolismo:
@paulomuzy O sono regulado desempenha um papel crucial no processo de perda de peso, influenciando diversos aspectos do metabolismo e do comportamento alimentar. A literatura médica destaca que a privação de sono e o desalinhamento circadiano estão associados ao aumento do risco de obesidade e às dificuldades na manutenção da perda de peso. Portanto, estratégias que promovem um sono adequado e regular podem ser benéficas para a perda de peso e sua manutenção a longo prazo, destacando a importância de considerar a saúde do sono em programas de controle de peso. Como anda a qualidade do seu sono? Referências: The Role of Insufficient Sleep and Circadian Misalignment in Obesity. Chaput JP, McHill AW, Cox RC, et al. Nature Reviews. Endocrinology. 2023;19(2):82-97. doi:10.1038/s41574-022-00747-7. Insufficient Sleep Predicts Poor Weight Loss Maintenance After 1 Year. Bogh AF, Jensen SBK, Juhl CR, et al. Sleep. 2023;46(5):zsac295. doi:10.1093/sleep/zsac295. The Association Between Sleep Health and Weight Change During a 12-Month Behavioral Weight Loss Intervention. Kline CE, Chasens ER, Bizhanova Z, et al. International Journal of Obesity (2005). 2021;45(3):639-649. doi:10.1038/s41366-020-00728-8. #sono #qualidadedevida #saudeesportiva #paulomuzy
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Metabolismo, cansaço e ganho de peso
O metabolismo não para, mas se torna menos eficiente. Dormir pouco prejudica o uso da glicose, aumenta a resistência à insulina e favorece o acúmulo de gordura, especialmente abdominal.
Além disso, o cansaço reduz o movimento espontâneo. A pessoa anda menos, evita esforço e sente menos disposição para treinar, o que faz diferença ao longo da semana.
Dormir pouco não engorda todo mundo da mesma forma, mas facilita o ganho de peso e dificulta a perda, principalmente quando vira rotina. Sono não substitui dieta nem exercício, mas potencializa ambos.
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