Como assentar tijolos usando apenas duas linhas
Veja como o uso de duas linhas, boa base e argamassa correta garantem alinhamento perfeito na obra
Quem vê um pedreiro experiente trabalhando costuma achar que erguer uma parede é só “passar massa e colocar tijolo”, mas, na prática, manter tudo reto, nivelado e no prumo exige técnica, atenção à base, boa argamassa, uso correto de linhas e cuidados especiais em encontros com vigas e pilares.
Como é a preparação da base e da viga baldrame?
Tudo começa na viga baldrame, que funciona como fundação corrida e precisa estar bem executada e impermeabilizada. No exemplo citado, o aditivo é misturado diretamente ao concreto, dispensando uma impermeabilização posterior na superfície.
Os tijolos não encostam na borda da viga, mantendo-se uma folga de alguns centímetros. Esse respiro reduz trincas, melhora o acabamento e evita que a parede “abrace” a quina do concreto, o que costuma gerar patologias ao longo do tempo.
Qual a importância dos tijolos de canto e da linha de pedreiro?
Depois da base pronta, os primeiros tijolos colocados são os de referência, posicionados nos cantos da parede. Eles definem altura, prumo e afastamento da viga, servindo como guia para todas as fiadas seguintes.
Nesses tijolos de extremidade é presa a linha de pedreiro, esticada na parte superior da fiada. A linha fica bem próxima aos blocos, mas sem encostar, criando um limite visual para evitar que algum tijolo fique avançado ou recuado demais.
Confira o vídeo do canal Macetes da Construção para mais detalhes da dica:
Como o uso de duas linhas de pedreiro melhora o alinhamento?
Uma técnica eficiente é trabalhar com duas linhas de pedreiro: uma perto do topo dos tijolos e outra próxima à base. Assim, a fiada é guiada tanto em cima quanto embaixo, reduzindo barrigas e desalinhamentos ocultos.
Esse recurso é especialmente útil para iniciantes ou profissionais mais detalhistas, pois diminui a dependência apenas do “olho” e facilita correções imediatas enquanto a argamassa ainda está trabalhável.
Quais cuidados com a argamassa e o fechamento de vãos?
A argamassa costuma seguir a proporção de uma parte de cimento para quatro partes de areia, podendo receber aditivo para melhorar trabalhabilidade. O ponto da massa deve permitir assentamento firme sem excesso que provoque desníveis.
Ao fechar vãos, não se deve improvisar com tijolos deitados, pois isso prejudica a amarração da próxima fiada. Em vez disso, ajusta-se a posição dos blocos vizinhos e usa-se pedaços cortados sob medida, seguindo alguns cuidados básicos:
Evitar excesso de argamassa
Aplicar argamassa em excesso dificulta o prumo e o nivelamento, além de gerar desperdício e retrabalho na alvenaria.
Conferir o alinhamento
Verificar as fiadas pelas linhas antes da pega da massa garante paredes retas e acabamento mais preciso.
Cortar tijolos para preencher vãos
Ajustar o tamanho dos tijolos evita remendos improvisados e mantém a resistência e a estética da parede.
Limpar o excesso nas juntas
Remover a argamassa que escapa pelas juntas enquanto ainda fresca melhora o acabamento e facilita o reboco.
Encontros da alvenaria com pilares e ferragens
No encontro com pilares de concreto, o tijolo não deve ser encostado diretamente. Deixa-se uma folga para posterior preenchimento com graute ou argamassa mais fraca que o concreto, garantindo melhor integração e menor rigidez local.
Mesmo que ferragens ou pilares estejam ligeiramente fora de posição, a parede deve seguir o prumo e as linhas, e não o erro estrutural. Manter sempre a linha voltada para o lado de trabalho e usar critérios constantes de prumo e argamassa contribui para uma alvenaria mais reta, estável e durável.
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