Fuga do aluguel estimula paulistanos a procurar imóveis
Demanda cresce em função de aumento de aluguéis, maior oferta de empreendimentos e perspectiva de valorização

O interesse por comprar imóveis em São Paulo está em alta, segundo dados da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.
As instituições fazem trimestralmente uma pesquisa sobre a intenção de compra de imóveis, e detectaram que esse indicador subiu 10 pontos percentuais nos últimos 12 meses, atingindo 46%.
O principal motivador é o desejo de sair do aluguel, não apenas para formar um patrimônio, mas também para fugir do aumento constante dos preços dos aluguéis.
Leia também: Arquitetura refrescante para combater o calor nos prédios
Inflação
Entre 2020 e 2024, o valor dos aluguéis na capital paulista subiu 63,6%, praticamente o dobro da inflação, que somou 33,5% no período.
Nesse caminho, quem tem a renda somente corrigida pela inflação – ou pior, corroída por ela – precisa ajustar constantemente o orçamento para suportar o valor da locação, ou então procurar uma opção mais barata – que tende cada vez mais a ser pior.
Por outro lado, os imóveis têm se mostrado boas opções de investimento e construção de patrimônio. Em entrevista coletiva recente, Luiz França, presidente da Abrainc, ressaltou que em São Paulo a valorização média dos imóveis, desde 2020, ficou na faixa de 14,4% ao ano, para uma variação média da Selic de 8,6% ao ano.
Isso significa que quem possui um imóvel na cidade teve uma valorização em média 5,8% ao ano acima da Selic, um resultado nem um pouco desprezível.
Leia também: A próxima Balneário Camboriú está em construção
Outros fatores
Esses indicadores foram turbinados no ano passado por uma soma de fatores: a queda do desemprego, que baixou para o nível de 6,6%, e um aumento na renda das famílias de 4,3%, dados que tendem a aumentar a sensação de segurança das famílias e estimular o desejo de compra de imóveis.
Além disso, os lançamentos do mercado imobiliário cresceram nas duas pontas – tanto no alto padrão quanto na habitação popular – com a oferta de muitos lançamentos que ajudaram a atender a demanda reprimida.
Em função desse quadro, no Brasil, o mercado imobiliário como um todo cresceu 11,8% no ano passado, o maior patamar de vendas registrado desde o início da série histórica, em 2014.
Como consequência, a duração dos estoques calculados na faixa do MAP (Médio e Alto Padrão) caiu para 13 meses, e na faixa popular do Minha Casa Minha Vida (MCMV) reduziu-se ainda mais, para 9,8 meses.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
24.03.2025 08:59Pelo que sei a Caixa Economia está bem rigorosa para liberar os empréstimos, até porque nosso pai dos pobres é muito gastador e não está sobrando para o pobre. Desejo muita sorte a todos que pleiteem uma casa própria, então que coloquem o presidente contra a parede.