Rodolfo Borges na Crusoé: Vinícius anda através do fogo
Bola de Ouro encolhe ao não premiar o protagonista do melhor time do mundo, mas Vinícius Jr. pode aproveitar a injustiça para calibrar sua carreira
A Bola de Ouro deste ano foi entregue no clima autodestrutivo dos personagens de Bukowski. Não que o volante espanhol Rodri seja mau jogador — e até merecia ter ganhado no ano anterior, quando marcou o gol do título da Champions League pelo Manchester City —, mas Vinícius Jr. foi o destaque do maior time do mundo nesta temporada, como todo mundo que acompanha futebol sabe.
É por isso que Rodri só ganhou o prêmio, a julgar pelas explicações que se seguiram ao anúncio do vencedor, pela existência de um critério que vai além da bola jogada, e que machuca a Bola de Ouro.
“No limite, entre Rodri e Vini, o que me fez decidir foi o terceiro critério”, diz o português António Tadeia, um dos 100 jornalistas que votaram no prêmio da revista France Football, ao mencionar o critério “classe e fair-play”.
O jogo limpo está na base de qualquer esporte, e é razoável que isso seja levado em consideração ao premiar um jogador, mas Vinícius não marcou gols de mão ou machucou adversários na temporada que passou.
Racismo?
Além das performances individuais dos jogadores e do desempenho coletivo de seus times, os juízes deveriam levar em conta o comportamento dos jogadores, destacou Tadeia, entre outros envolvidos no prêmio, em texto publicado para explicar seu voto.
O português escreveu para se defender das acusações de que Vini foi vítima de racismo e de que o Real Madrid foi alvo de um complô, que povoam o noticiário esportivo e as redes sociais desde o anúncio do prêmio.
“A subjetividade de um prêmio como este leva sempre ao aparecimento de contestações. Não vou sequer validar as mais tontas com respostas longas. Não, não escolhi Rodri por ser branco…
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