Rodolfo Borges na Crusoé: O clube da luta organizada
Soam alertas para um confronto em massa entre torcidas no Rio de Janeiro, e eu penso na fraqueza de quem precisa demonstrar força
Os alarmes soam por aí. Em 18 de setembro, o Fluminense enfrenta o Atlético-MG no Maracanã às 19h e, a oito quilômetros dali, o Botafogo joga contra o São Paulo no Engenhão, às 21h30, ambas partidas pelas quartas-de-final da Libertadores da América.
Serão quatro torcidas organizadas na mesma cidade, sem contar a do Vasco, que costuma apoiar os atleticanos em jogos no Rio, e é rival da do Flamengo, amiga dos são-paulinos, rivais dos torcedores do Atlético.
Se esses torcedores se restringissem a torcer, não haveria qualquer problema. Mas os integrantes dessas torcidas organizadas gostam de brigar. Fisicamente. No última ocorrência de destaque, um confronto entre organizadas do Vasco e do Vitória deixou três feridos em Salvador, na noite de sábado, 31 de agosto, véspera da partida entre as equipes pelo Campeonato Brasileiro.
Quatro dias antes, o Ministério Público do Estado do Ceará deflagrou a segunda fase da Operação Apito Final, que apura a participação de integrantes de organizadas do Ceará e do Fortaleza, os dois principais clubes de futebol do estado, em conflitos e tumultos.
Em março, após a morte de um torcedor em confronto, as torcidas Máfia Azul, do Cruzeiro, e Galoucura, do Atlético, foram banidas das partidas em Minas Gerais por dois anos — o que significa que seus símbolos não podem ser exibidos nos estádios e seus instrumentos estão proibidos.
“Quem os caras são no clube da luta não é quem eles são no mundo real”, diz o narrador de Clube da Luta (Leya), mais conhecido do público geral pela interpretação de Edward Norton no filme inspirado pelo livro de Chuck Palahniuk. “Mesmo se você dissesse ao garoto na copiadora que ele teve uma boa luta, você não estaria falando com o mesmo homem”, completa.
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