“Ela não me disse que não queria nada”, diz Daniel Alves em depoimento
Em seu depoimento que encerrou o julgamento, Daniel Alves alega inocência e diz que não forçou a denunciante a nada
O ex-jogador de futebol Daniel Alves deu seu depoimento, nesta quarta-feira, 7, durante seu julgamento por acusações de estupro. Segundo ele, a relação sexual foi consensual e ocorreu após um encontro na boate Sutton, em Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022.
A primeira parte do depoimento de Daniel Alves foi conduzida por sua advogada, Inés Guardiola. Antes disso, peritos forenses médicos e psicólogos também prestaram seus depoimentos neste terceiro dia de julgamento.
O depoimento de Daniel Alves
Daniel Alves relatou que, no dia dos acontecimentos, ele e três amigos foram a um restaurante, onde permaneceram até a 1h da manhã. Durante esse período, consumiram cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque.
Após deixarem o restaurante, o ex-jogador e seus amigos foram para o bar Nuba, onde tomaram uma rodada de gin tônica. Em seguida, saíram do local de carro, com Bruno Brasil assumindo a direção, já que Daniel admitiu estar sob efeito do álcool.
Posteriormente, ele e Bruno se dirigiram à boate Sutton, chegando por volta das 2h30 da manhã. O ex-jogador mencionou que é um cliente frequente do local e sempre reserva a mesa 6 para evitar atravessar todo o clube.
No interior da boate, Daniel e seu amigo Bruno começaram a beber e dançar. Inicialmente, duas garotas se aproximaram e dançaram com eles por algum tempo. Em seguida, as três amigas, incluindo a mulher que o acusa de estupro, foram convidadas para se juntarem ao grupo.
De acordo com Alves, as mulheres não pareciam incomodadas com a situação e começaram a cumprimentá-los. Uma conversa se iniciou e o jogador afirmou que tem facilidade em se aproximar das pessoas, sempre respeitando os limites. Ele acredita que as mulheres sabiam quem ele era.
Enquanto dançavam e interagiam, a mulher que o acusa de estupro teria se aproximado mais dele.
“Estávamos dançando, interagindo. Já estávamos mais próximos, ela começou a dançar mais perto de mim, esfregando suas partes nas minhas. Ela colocou a mão para trás e começou a tocar minhas partes.”
“Eu não tive que insistir para que ela fosse ao banheiro. Ela disse sim. Eu falei que ia primeiro e esperei um pouco, pensando que ela não iria, que ela não queria. Mas, quando abri a porta, praticamente esbarrei nela.”
“Ela se ajoelhou na minha frente e começou a me fazer sexo oral. Baixei as calças e me sentei no vaso sanitário. A felação foi praticamente toda a relação sexual. Depois, ela sentou na frente das minhas pernas. Quando fui ejacular, ejaculei fora do sexo dela.“
O jogador negou veementemente ter sido violento com a mulher, afirmando que ela nunca expressou qualquer desejo de não prosseguir com o ato sexual. Ele reiterou que não a agrediu fisicamente nem a jogou ao chão, ressaltando que não é uma pessoa violenta.
“Em nenhum momento ela me disse que não queria nada. Eu não dei um tapa nela nem a joguei no chão. Não sou um homem violento. Ela não me disse que não queria fazer sexo.“
Ao final do seu depoimento, Alves emocionou-se e começou a chorar ao mencionar o impacto que as acusações de estupro tiveram sobre sua vida. Ele afirmou ter recebido a notícia pela imprensa e que seu mundo desabou naquele momento.
As considerações finais da promotora
A promotora Elizabeth Jiménez destacou a coragem da vítima em relatar sua história e reiterou que seu testemunho foi crível. Segundo ela, a jovem voluntariamente foi ao banheiro com Alves, mas desconhecia as intenções do jogador. A promotoria argumenta que ocorreu violência sexual durante o encontro.
“Alves a pegou no colo e colocou a boca dela perto do pênis dele. Ela contou que ela a penetrou por trás e ejaculou por dentro e por fora. Ele deu um tapa na cara quando ela estava no chão. Ele disse ‘diga que você é minha putinha’“.
“Ela viveu uma situação aterrorizante. Sua história tem sido persistente, crível e dura. Tem sido uma situação complicada para a vítima.“
O veredito final
Ainda não há informações de quando vai sair a decisão do tribunal, a expectativa é que seja divulgada nos próximos dias, enquanto isso, Daniel Alves vai permanecer em prisão preventiva até o resultado final do julgamento.
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