Brasileiros podem ficar fora das Olimpíadas por erro no antidoping Brasileiros podem ficar fora das Olimpíadas por erro no antidoping
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Brasileiros podem ficar fora das Olimpíadas por erro no antidoping

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 10.07.2024 17:48 comentários
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Brasileiros podem ficar fora das Olimpíadas por erro no antidoping

Falha na adaptação às novas regras de testagem antidoping impede participação de três atletas brasileiros, classificados, nas Olimpíadas

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Brasileiros podem ficar fora das Olimpíadas por erro no antidoping
Foto: Reprodução/Instagram Livia Avancini

Livia Avancini (foto), do arremesso de peso, é uma das atletas prejudicadas pelo erro nos testes de antidoping. Em entrevista para a Folha de S. Paulo, ela relatou que quando viu seu nome fora da lista de classificados para as Olimpíadas de Paris, seu mundo desabou. Ocupando o terceiro lugar no ranking brasileiro, ela tinha a expectativa de participar dos jogos, mas sentiu seu sonho evaporar. Ela descreve a situação como uma mistura de impotência, desespero e tristeza.

Livia, Max Batista (marcha atlética) e Hygor Gabriel (revezamento 4x100m) estão na mesma situação. Embora tenham alcançado índices qualificatórios nas pistas, a World Athletics (WA) informou que os três não foram submetidos aos testes antidoping surpresa exigidos em um intervalo de dez meses antes das Olimpíadas.

A responsabilidade pela realização dos testes cabia à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), com base em nomes fornecidos pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). Uma nova regra, instituída em fevereiro pela WA, exige que atletas de Brasil, Peru, Equador e Portugal realizem três testes surpresa no período de dez meses antes dos Jogos.

Segundo a WA, a mudança foi necessária porque os brasileiros não atingiram a média de testagem adequada em competições mundiais anteriores.

Esforços para reverter a desclassificação

Na última segunda-feira, 8, o presidente da CBAt, Walmir Motta Campos, anunciou que apelou à WA para permitir a participação do trio, mas o pedido foi negado. O caso agora será levado à CAS (Corte Arbitral do Esporte), na Suíça.

A Livia e o Max fizeram quatro testes, e o Hygor, três. Porém, no caso da Livia e do Max, dois testes não seguiram o intervalo mínimo de 21 dias, e um deles foi feito em competição. O Hygor fez dois testes em competição e um fora dela“, explicou Campos ao jornal paulistano.

Os três atletas estavam na lista prioritária da CBAt. Campos destaca que “os atletas não fizeram nada de errado e foram submetidos aos testes, estão completamente limpos e devem participar dos jogos“.

Classificação dos atletas

Max se classificou pelo ranking e foi incluído na lista na semana passada, mas foi removido na segunda-feira, 8. Livia, por sua vez, alcançou a posição qualificatória no fim de semana, mas também foi removida no mesmo dia. A proximidade das conquistas com a data dos Jogos não deveria ser uma surpresa, pois ambos estavam próximos da zona de classificação desde março.

Hygor Gabriel garantiu sua vaga ao conquistar a medalha de prata no Troféu Brasil nos 100m – uma das provas mais icônicas dos Jogos Olímpicos.

Posicionamentos das entidades envolvidas

A ABCD afirma que tanto ela quanto a CBAt não têm culpa. Em nota, a ABCD aponta que as novas regras da WA complicaram o cronograma de testagem e que fez o possível para se adaptar. A confederação indicou um grupo prioritário de 102 atletas para os testes.

A regra da WA determinou que os três testes deveriam ser feitos até 4 de julho de 2024, mesmo sendo esta data bem anterior ao embarque dos atletas para Paris. Se não houvesse essa data limite, outras oportunidades de teste poderiam ser consideradas“, explicou a ABCD.

A entidade brasileira de combate ao doping detalha que Max e Livia fizeram dois testes de urina e um de sangue fora de competição, além de um teste de urina em competição nos últimos 10 meses. A WA questiona o intervalo entre esses testes. No caso de Hygor, o problema é mais complexo, pois o atleta se classificou muito perto das Olimpíadas e não estava mapeado como potencial representante brasileiro.

Esperança por uma solução

Livia relata que sua vida está quase paralisada desde que soube da desclassificação. Continuou apenas com o trabalho de personal trainer, mas os treinos e a alimentação adequada foram prejudicados pela tristeza.

Estou extremamente desapontada, desanimada e triste com tudo isso. Primeiro, aceitei que não iria para as Olimpíadas pelo ranking, depois veio a mudança que foi uma bênção. E, logo em seguida, outra notícia ruim“, desabafou Livia.

Hygor Gabriel expressou sua frustração nas redes sociais, afirmando que ainda não é certo que será desclassificado e que não desistirá. Seu treinador, Abraão Nascimento, destacou a ansiedade e tristeza do atleta.

Max Batista, por mensagem, disse que a CBAt está cuidando do caso e que aguardará a decisão da corte arbitral. Segundo o advogado Breno Tannuri, especialista em casos do tipo, uma resolução pode surgir antes do início dos Jogos. A CBAt ainda estrutura o processo.

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