Agamenon: O futebol é um caixão de surpresas
Continuam minhas aventuras no Catar, o maior exportador de areia, camelos e odaliscas do Oriente Médio. Ignorado por muitos e odiado por todos, contínuo em busca de uma jogada que me faça voltar rico para o Brasil...
Continuam minhas aventuras no Catar, o maior exportador de areia, camelos e odaliscas do Oriente Médio. Ignorado por muitos e odiado por todos, contínuo em busca de uma jogada que me faça voltar rico para o Brasil, assim como o Cazé, que, aliás, nem precisou sair do país. Apesar do calor alucinado, a Copa do Mundo continua pegando fogo —e olha que nós estamos no inverno qatarinense, em que até as saunas têm que ligar o ar-condicionado!
O camelo, animal símbolo do Catar, foi substituído pela zebra. Sigam o meu raciocínio: a poderosa Alemanha foi eliminada e o Japão foi o primeiro colocado do seu grupo. O país japo-nipônico sempre foi motivo de chacota nos vestiários por conta de seu futebol minúsculo e ridículo, mas os amarelos asiáticos mandaram o jogador Pau Torres e a Espanha pra casa. Os coreanos, que também têm fama de não ser bem dotados para o futebol, acabaram superando a seleção de Gana, quando todo mundo sabe que que os atletas gananciosos são muito mais avantajados.
Só uma coisa é certa nessa Copa do Catar: os trocadilhos. E quem está fazendo muito sucesso nas piadinhas de duplo sentido é o Djiku, de Gana. Djiku é um jogador versátil: já vimos Djiku atrás, Djiku no meio e até Djiku na frente, o que parecia uma impossibilidade anatômica. Até a anciã Ana Maria Brega falou Djiku pro Louro José no seu programa às 10 da manhã! Com tanta publicidade, Djiku acabou estourado. Ninguém esperava Djiku arrebentar. Seu passe está valendo milhões de euros, e ele é disputado pelo Operário de Ponta Grossa e pelo XV cm de Piracicaba. Tem gente que confunde Djiku com Cocu, mas este é outro trocadilho nascido na Holanda. Um é branco e o outro é preto.
O Brasil, por outro lado e com trocadilho, mal conseguiu fazer um jogo de palavras. A seleção pensou que ia devorar Camarões, mas ficou assustada com o preço dos crustáceos africanos e acabou perdendo. Mesmo assim, os apetitosos artrópodes afrorresidentes estão fora da Copa e vão voltar para a capital do país, Moqueca, onde serão servidos fritos à população faminta. Nossos jogadores tiveram dificuldade de entrosamento porque somente o Pedro e o Everton Ribeiro sabem falar português, e nem mesmo a presença de Jesus em pessoa (uma exigência da bancada evangélica) fez com que a nossa seleção fizesse um gol. Neymar, contundido, assistiu ao jogo do banco na Suíça, que aliás foi classificada.
Agora a Copa entra na fase do “mata-mata” e, se o Brasil perder, vamos voltar pra casa, que no caso dos jogadores brasileiros fica em Paris, na Espanha ou na Inglaterra. Desesperado com o resultado do jogo, fui até uma mesquita orar e lá encontrei o Tite rezando. O “coach” brasileiro pedia a Alá para deixar de ser chato, mas até agora suas preces não foram atendidas. É mais fácil a Costa Rica ganhar a Copa … aliás, o Tite é tão mala que viaja no bagageiro no ônibus da seleção. Quem também está por aqui é o Eduardo Bolsonaro, o zero-a-zero, que chegou para comandar a torcida brasileira. Como já disse, a torcida verde-amarela já interrompeu mais de 30 estradas no Catar e esgotou o estoque de pneus do emirado com as suas fogueiras de protesto. Como já é tradicional, a torcida desorganizada do Brasil fica hospedada na porta dos quartéis, exigindo a intervenção militar na Copa e a eliminação do juiz Alexandre de Moraes do quadro de árbitros da Fifa.
Agamenon Mendes Pedreira é o sheik sem fundo.
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