Crusoé: monarquia é a maior marca de exportação do Reino Unido
Para o pesquisador Renato Vieira, o país tem agora uma boa oportunidade para reafirmar sua tradição e usá-la para ganhar soft power no mundo
O tratamento de câncer a que foi submetida a princesa de Gales, Kate Middleton, provocou diversas ondas na opinião pública britânica e mundial.
Primeiro, uma foto adulterada por computador da princesa com os filhos causou desconfiança e suspeitas. Em seguida, quando ela revelou a natureza da doença em um vídeo, inúmeras demonstrações de solidariedade aconteceram.
Para o pesquisador Renato de Almeida Vieira e Silva, o caso agora é uma oportunidade de reafirmação para a monarquia britânica, que andava abalada com a morte da rainha Elizabeth II e com as intrigas levantada por Harry e Meghan Markle, que decidiram morar nos Estados Unidos (o casal só soube do diagnóstico de Kate após assistir ao vídeo em que ela falou sobre a doença).
Autor de estudos e com um doutorado a respeito da família comandada pelo rei Charles III desde 2022, Vieira e Silva defende a tese que a Casa de Windsor, que rege o Reino Unido e ainda é chefe de Estado de 16 nações, é o símbolo das famílias britânicas — e seu maior produto de exportação.
Mais que isso, é por meio do rei, da rainha Camila e de seus príncipes e princesas que o Reino Unido pode exercer o seu soft power — termo que nas relações internacionais designa a habilidade de influenciar indiretamente outros países por meios culturais ou ideológicos.
Sem o poderio militar de outrora — quando sua esquadra chegou a dominar 27% do globo terrestre, no século 19 — o Reino Unido conta com sua mais destacada e simbólica família para pautar o mundo.
Um exemplo claro desse potencial, aponta o professor, ocorreu após o anúncio de Kate, quando os serviços de câncer do país registraram um aumento exponencial na procura. Mais de 100 mil pessoas visitaram o site do serviço de saúde procurando informações sobre os diagnósticos preventivos da doença.
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