Estudo revela benefícios da dieta com ômega-3 contra o câncer de próstata
O estudo liga a dieta rica em ômega-3 à progressão mais lenta do câncer de próstata.

O câncer de próstata é uma das doenças mais comuns entre homens e seu manejo pode variar de vigilância ativa a tratamentos mais agressivos. Um estudo recente publicado no Journal of Clinical Oncology explorou a influência de alterações dietéticas específicas no desenvolvimento do câncer de próstata em pacientes que optaram pela vigilância ativa.
O estudo focou em dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 e pobres em ômega-6, demonstrando que essa combinação pode retardar o crescimento tumoral em homens com câncer de próstata em estágio inicial, potencialmente adiando a necessidade de intervenções cirúrgicas ou radioterápicas.
Como as alterações na dieta podem influenciar o câncer de próstata?
As modificações na dieta têm sido alvo de crescente interesse na comunidade médica, especialmente no contexto de doenças crônicas como o câncer. No estudo, os participantes seguiram um regime alimentar controlado com altos níveis de ômega-3, oriundos de suplementos de óleo de peixe e um planejamento nutricional adequado. Esse ajuste nutricional foi comparado a uma dieta convencional, sem essas restrições de ácidos graxos.
O objetivo principal era criar um equilíbrio favorável de ingestão entre ômega-6 e ômega-3, uma vez que o consumo desequilibrado de ômega-6 é associado a processos inflamatórios, que podem potencialmente contribuir para o câncer.
Qual foi a metodologia do estudo CAPFISH-3?
O ensaio clínico CAPFISH-3 incluiu 100 homens diagnosticados com câncer de próstata de risco baixo a intermediário, que tomaram a decisão de seguir em vigilância ativa. Participantes foram divididos em dois grupos: um seguindo a dieta modificada com alta concentração de ômega-3 e baixa de ômega-6, e o outro mantendo sua dieta habitual.
No decorrer de um ano, amostras de tecido tumoral foram coletadas para monitorar o índice Ki-67, um marcador que indica o ritmo de multiplicação das células cancerosas. O grupo com a dieta ajustada apresentou uma redução de 15% no índice, enquanto o grupo controle observou um aumento de 24%.
Por que a vigilância ativa é uma opção viável contra o câncer?
A vigilância ativa é frequentemente recomendada para pacientes com diagnóstico de câncer de próstata de baixo risco. Este método implica em monitoramento cuidadoso sem intervenção imediata, evitando tratamentos invasivos desnecessários e seus possíveis efeitos colaterais, enquanto o câncer permanece indolente.
O acompanhamento inclui exames regulares de PSA, toque retal e biópsias periódicas. Esse regime permite a detecção precoce de mudanças no comportamento tumoral, possibilitando uma intervenção ágil caso a progressão da doença se torne mais agressiva.

Quais são as implicações futuras das descobertas?
Embora o estudo apresente resultados promissores, os autores destacam a necessidade de mais pesquisas para validar os benefícios de longo prazo dessa dieta específica. A interação entre ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 e o crescimento do câncer de próstata ainda está em investigação e carece de mais evidências para a formulação de diretrizes dietéticas oficiais.
Esses achados podem servir de base para ensaios clínicos maiores, que possam confirmar a relevância dessas intervenções alimentares. Dessa forma, pacientes sob vigilância ativa poderiam ter acesso a estratégias adicionais na gestão do câncer de próstata, promovendo uma abordagem de tratamento mais personalizada e possivelmente menos invasiva.
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