Zanin e Galípolo: de SP a Brasília na carona de Haddad
O diretor do BC e o ministro do STF fizeram viagens em aviões da FAB solicitados pelo ministro da Fazenda em maio de 2024
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, apontado como o favorito de Lula para ocupar o lugar de Roberto Campos Neto a partir de 2025, e o ministro do STF Cristiano Zanin, relator da ação que discute a constitucionalidade da lei de desoneração da folha de pagamento, viajaram, em maio de 2024, na carona de Fernando Haddad em voos da FAB solicitados pelo Ministério da Fazenda, registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, Galípolo, que também é ex-secretário-executivo da Fazenda, acompanhou Haddad em um voo de Brasília com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, realizado em 28 de maio, antevéspera do feriado de Corpus Christi.
A viagem aconteceu 20 dias depois de Galípolo participar da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que resultou no corte da taxa básica de juros de 0,25 ponto percentual. Na ocasião, o ex-número 2 de Haddad e os demais diretores indicados por Lula defenderam uma redução de 0,5 ponto percentual, mas foram votos vencidos.
E Zanin?
Indicado por Lula para o STF, Zanin foi um dos 11 passageiros em um voo da FAB, que saiu do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília em 20 de maio.
A carona ocorreu três dias após Zanin suspender por 60 dias a decisão assinada por ele mesmo que derrubou a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de prefeituras com até 156 mil habitantes.
No voo registrado em nome do ministro da Fazenda, também viajaram a ministra Simone Tebet (Planejamento), do secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, e da secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, esposa de Fernando Haddad.
O que diz o Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad?
Citando o Art. 7º, do Decreto nº 10.267, de 5 de março de 2020, a pasta chefiada por Fernando Haddad afirmou, por meio de nota, que as vagas remanescentes em voos da FAB “podem ser ocupadas por qualquer cidadão”.
“Assim, as solicitações para vagas ociosas são preenchidas de acordo com a disponibilidade, no caso do ministério não preencher todas as vagas. Neste caso, sendo dois funcionários públicos, o preenchimento da aeronave ainda repercute em economia aos cofres públicos”, acrescentou.
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