Turbulência: produção cai e pedidos do Boeing 737 Max vão a zero
Empresa enfrenta forte escrutínio após incidente envolvendo a perda de uma porta de um 737 Max durante o voo em janeiro deste ano
A Boeing não registrou nenhum pedido sequer para o 737 Max pelo segundo mês consecutivo. O modelo é o que teve o rompimento de um painel lateral durante um voo em janeiro deste ano, levantando dúvidas sobre os padrões de segurança adotados pela companhia.
Na divulgação de resultados da empresa nesta terça-feira, 11, a fabricante de aeronaves revelou que recebeu apenas quatro pedidos em maio, muito atrás da principal concorrente da americana, a Airbus que registrou 27 novas encomendas no mesmo mês.
O prognóstico ruim para a companhia ainda piorou com o cancelamento do pedido um jato Max da Aerolineas Argentinas. No mês anterior, a Boeing havia registrado sete vendas.
Além da queda nos pedidos, a empresa também registrou queda na entrega de aeronaves, com apenas 19 jatos Max prontos no mês passado, contra 35 no mesmo período de 2023. Na comparação mensal, foram três a mais que em abril.
No total, foram entregues 24 aviões comerciais no mês passado, contra 50 no mesmo período do ano passado. A concorrente europeia despachou 53 aeronaves a clientes em maio.
A preocupação da empresa ainda abrange um possível rebaixamento da nota de crédito da fabricante de aeronaves, que pode tornar a situação ainda mais complicada. Agências de classificação de risco têm apontado a alta dívida combinada com queda nas entregas e pouca visibilidade sobre a recuperação do negócio como fatores que podem levar a nota da companhia a uma revisão.
Com quase 60 bilhões de dólares de dívida, um rebaixamento da percepção de risco da companhia pode tornar a situação financeira da empresa extremamente perigosa, porque elevaria o custo de capital, além de tornar a própria busca por financiamento mais difícil. Atualmente, a Boeing ainda goza do status de grau de investimento sobre a dívida emitida, mas os riscos se avolumam conforme os resultados pioram.
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