Trapalhada governista com PL das offshores dá mais força a Lira
Investidores locais começam a calcular quanto tempo ainda há para que o governo consiga avançar nas propostas para turbinar a receita da União no ano que vem e, pelo andar da carruagem, a situação pode ser muito pior que o antecipado. Desde a semana passada, deputados governistas tentaram esvaziar a liderança do presidente da Câmara, Arthur Lira...
Investidores locais começam a calcular quanto tempo ainda há para que o governo consiga avançar nas propostas para turbinar a receita da União no ano que vem e, pelo andar da carruagem, a situação pode ser muito pior que o antecipado. Desde a semana passada, deputados governistas tentaram esvaziar a liderança do presidente da Câmara, Arthur Lira, e garantiram a aprovação do Projeto de Lei que tributa fundos offshore e exclusivos sem a intermediação do deputado, que está em viagem no Oriente.
A estratégia atrapalhada, porém, não deu frutos, e, ontem, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Ferreira, informou, em nota à imprensa que a matéria não seria apreciada “para garantir o cumprimento do acordo celebrado em 4/10 com o presidente Arthur Lira“. Agora, o Planalto terá de lidar com um presidente da Câmara mais forte que antes da campanha que tentou diminuí-lo nos últimos dias por meio de uma negociação direta com os deputados.
Além disso, o calendário também deve pressionar o governo a deixar os anéis para não perder os dedos, em função do tempo exíguo para melhorar a arrecadação. Até o fim do ano, serão apenas sete semanas sem feriados antes do recesso parlamentar, e a pauta praticamente não andou até agora. Com Lira mais forte e o relógio contra a equipe econômica, as concessões devem aumentar, e isso deve impactar a expectativa de receita do Executivo para o próximo ano.
No cenário externo, o dinamismo econômico americano ainda pressiona os juros futuros nos Estados Unidos, o que tem impacto nas taxas esperadas por aqui também. A resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas também tem trazido instabilidade aos mercados internacionais. Do lado positivo, dados do PIB (Produto Interno Bruto) chinês mostrando crescimento de 4,9% nos últimos 12 meses, contra 4,3% esperados pode ajudar a conter as recentes altas do dólar e do juros por aqui.
Na agenda econômica local, os números das vendas do varejo podem mostrar uma retração de 0,7% em agosto, na comparação com o mês passado, de acordo com as expectativas. O dado, somado à desaceleração do setor de serviços registrado ontem, pode conter parte da reprecificação dos juros mais curtos, apontando para um espaço maior para cortes da Selic nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
No cenário corporativo, os investidores reagem também ao relatório de produção da Vale divulgado na noite de ontem. A companhia apresentou queda de 3,9% na produção de minério de ferro ante o mesmo período do ano passado, mas alta de 6,6% no volume vendido (cerca de 70 milhões de toneladas) e melhora nos preços praticados.
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