Tebet derruba ativos nacionais com orçamento “pra inglês ver”
Os investidores locais ampliaram a aversão a risco às vesperas da apresentação do Orçamento de 2024, que deve prever déficit primário (isto é, a diferença entre receitas e despesas, excluídos os gastos com pagamento de juros) zero no ano que vem....
Os investidores locais ampliaram a aversão a risco às vesperas da apresentação do Orçamento de 2024, que deve prever déficit primário (isto é, a diferença entre receitas e despesas, excluídos os gastos com pagamento de juros) zero no ano que vem. Para fechar a conta, a equipe econômica está considerando qualquer possibilidade apresentada ao Congresso Nacional como válida, esteja ela aprovada ou não.
De acordo com a ministra do Planjejamento, Simone Tebet, para que a matemática funcione o governo vai precisar de R$ 169 bilhões a mais em arrecadação. “Eu recebi receitas suficientes para zerar o déficit fiscal, sejam já realizadas ou que estão por vir. O futuro a Deus pertence, nós não sabemos diante do imponderável.”, afirmou em audiência hoje na Comissão Mista do Orçamento.
A ministra também defendeu a manutenção da emenda que autoriza despesas condicionadas (pendentes de aprovação do Congresso Nacional) no ano que vem de até R$ 32 bilhões, em função da diferença inflacionária a ser aferida entre junho e dezembro de 2023. O problema, no entanto, foi que Tebet deixou a porta aberta para que o artifícios das despesas condicionadas seja utilizados nos próximos orçamentos também. A minstra chegou a dizer que havia uma discussão sobre o instrumento seria adotado como regra perene ou a cada ano na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Além disso, o déficit primário acima do esperado divulgado durante o dia também contribuiu para o mau humor do mercado. A expectativa de consenso para o números do governo central era de um saldo negativo primário em R$ 33,2 bilhões, mas os dados apresentados pelo Tesouro Nacional mostrara uma situação ainda mais grave com déficit de R$ 35,9 bilhões em julho.
Com esse cenário, o clima para juros futuros intermediários e longos, mais sensíveis a discussão fiscal, azedou e as taxas que chegaram a operar em queda na maior parte do dia inverteram a trajetória para fechar em alta. O dólar, que abriu o dia em queda contra o real, também mudou de direção durante as negociações e se encaminhava para encerrar a quarta-feira próximo das máximas.
O Ibovespa também fechou o dia com pessimismo e cautela antes da apresentação do Orçamento. Os investidores em bancos, que vinham se beneficiando de rumores sobre um possível tratamento diferenciado nas discussões sobre tributação, preferiram não esperar as definições sobre a taxação do JCP (Juros sobre Capital Próprio) e realizaram os ganhos recentes. Com isso, o setor foi um dos principais contribuintes para o fechamento em queda do índice em -0,73%, aos 117,5 mil ponto.
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