“Taco Trade”: Wall Street debocha e lucra com recuos de Trump
O mercado financeiro lucra com um novo termo: TACO, sigla para “Trump Always Chickens Out”, algo como "Trump sempre volta atrás"
O mercado financeiro tem um novo termo em alta: TACO, sigla para “Trump Always Chickens Out”, algo como “Trump sempre volta atrás”, em tradução livre.
Popularizado pelo jornal Financial Times em maio de 2025, o conceito descreve uma estratégia de investimento que lucra as quedas do mercado acionário causadas pelos anúncios bombásticos de tarifas de Donald Trump, seguidas de recuperações quando ele recua.
Para investidores de Wall Street, o “Taco Trade” se tornou uma aposta debochada, que gerou muitos memes nas redes, como a da imagem desse artigo, mas cuja lógica parece promissora.
A lógica seria simples: quando Trump anuncia tarifas agressivas, como os 50% sobre a União Europeia em 1º de junho, o mercado despenca, o índice S&P 500, por exemplo, caiu forte nesse mesmo dia.
Só que ao adiar essas tarifas, poucos dias depois, para 9 de julho, o índice subiu quase 2% na terça-feira pós-Memorial Day. Esse padrão se repetiu em outras ocasiões em 2025. Em abril, as tarifas do “Liberation Day” derrubaram o S&P 500 em 12%, mas uma pausa de 90 dias anunciada em 9 de abril gerou o melhor dia do índice em quase duas décadas.
Em maio, um acordo comercial com a China foi anunciado, o que reduziu as tarifas temporariamente, recuperando todas as perdas desde abril.
Quem não gostou nada dessa fama de blefador que sempre recua foi o próprio Trump, quando perguntado por uma jornalista sobre o termo numa entrevista coletiva na Casa Branca, o que o levou a justificar suas decisões, terminando sua fala dizendo para ela nunca mais falar isso, pois era uma “pergunta nojenta”.
“Trump parece ouvir o mercado de ações”, disse Eric Sterner, da Apollon, ao portal Business Insider. Outros analistas reforçam que a ideia seria comprar papéis das empresas mais afetadas justamente no anúncio das tarifas, que em algum momento seriam revistas, fazendo esses papeis recuperarem seu valor. Essa mentalidade impulsionou grandes compras por investidores de varejo.
Porém, esse “Taco Trade” tem riscos. Se essas tarifas voltarem depois desses adiamentos, por não se chegarem aos acordos comerciais prometidos, a economia dos EUA (e do mundo) deve sofrer e até entrar em recessão.
Apesar do otimismo inicial com a eleição de Trump, a guerra comercial ofuscou outras prioridades, como a desregulamentação e cortes de gastos prometidos pelo DOGE, departamento liderado por Elon Musk, que anunciou sua saída ontem.
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