Rússia toma a frente e supera Arábia Saudita como maior fornecedora de petróleo à China em 2023
A Rússia superou a Arábia Saudita para se tornar o principal fornecedor de petróleo para a...
A Rússia superou a Arábia Saudita para se tornar o principal fornecedor de petróleo para a China, segundo dados divulgados neste sábado, 20. A China, maior importadora mundial de petróleo bruto, desafiou as sanções ocidentais comprando grandes quantidades de petróleo com desconto para suas refinarias.
Por que a Rússia se tornou o principal fornecedor de petróleo para a China?
A Rússia embarcou um recorde de 107,02 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto para a China no ano passado, equivalente a 2,14 milhões de barris por dia (bpd), mostraram os dados da alfândega chinesa. Isso é muito mais do que outros grandes exportadores de petróleo, como a Arábia Saudita e o Iraque.
Enquanto muitos compradores internacionais evitaram o petróleo bruto russo após as sanções ocidentais em relação à invasão da Ucrânia pelo Kremlin em 2022, o petróleo russo foi negociado com descontos significativos em relação aos benchmarks internacionais durante a maior parte do ano passado, graças a um teto de preços imposto pelo Ocidente.
Onde mais o petróleo russo estava em demanda?
A demanda crescente de refinarias chinesas e indianas pelo petróleo com desconto impulsionou o preço do petróleo cru ESPO da Rússia ao longo de 2023, ultrapassando o teto de US$ 60 por barril imposto pelo Grupo dos Sete em dezembro de 2022, à medida que proliferavam opções alternativas de frete e seguro para contornar as sanções.
Provocando mudanças no mercado de fornecedores
As remessas de petróleo cru ESPO para entrega em dezembro foram precificadas com um desconto de cerca de 50 centavos a 20 centavos por barril em relação ao benchmark do ICE Brent, em comparação com um prêmio de US$ 1 para cargas de entrega em outubro e um desconto de US$ 8,50 para remessas entregues em março, de acordo com fontes comerciais.
Paralelamente, a Arábia Saudita aumentou os preços de seu petróleo Arab Light a partir de julho, levando algumas refinarias a procurar cargas mais baratas. Para apoiar os preços, a Arábia Saudita e a Rússia, dois dos três maiores produtores de petróleo do mundo, anunciaram cortes na produção e nas exportações no ano passado.
Qual o impacto dessas mudanças?
A Arábia Saudita está prorrogando os cortes de produção de 1 milhão bpd neste trimestre, enquanto a Rússia disse que aprofundaria seu corte nas exportações este ano para 500.000 bpd, de 300.000 bpd. As refinarias chinesas utilizam comerciantes intermediários para lidar com o transporte e o seguro do petróleo russo, a fim de evitar a violação das sanções ocidentais.
Os compradores também usam as águas da Malásia como um ponto de transbordo para cargas sancionadas do Irã e da Venezuela. As importações etiquetadas como originárias da Malásia subiram 53,7% no ano passado. A China não relatou embarques oficiais de petróleo venezuelano em dezembro, apesar do alívio das sanções dos EUA a Caracas em outubro, após um acordo entre a administração do presidente Nicolás Maduro e sua oposição política.
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