Quanto custa a violência para o Brasil
O FMI estima que o PIB do Brasil poderia crescer 0,6 ponto porcentual a mais se o índice de criminalidade do país recuasse
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderia crescer 0,6 ponto porcentual a mais se os índices de violência e criminalidade do país recuassem, registrou O Estado de S. Paulo.
O levantamento aponta que resultado seria alcançado se o nível de criminalidade fosse igual à média mundial.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil registrou 45.562 homicídios em 2021, valor equivalente a uma taxa de 21,26 assassinatos por 100 mil habitantes.
Na Colômbia, a relação era de 25,67 no mesmo período e, no México, 28,2.
A média mundial é de 5,8 homicídios por 100 mil habitantes.
“Nossas descobertas destacam que o crime prejudica a acumulação de capital, possivelmente afastando investidores que temem roubo e violência, e diminui a produtividade da economia, desviando recursos para investimentos menos produtivos, como aqueles que aumentam a segurança de propriedades privadas”, afirmaram o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Rodrigo Valdés, e o economista do Fundo Rafael Machado Parente ao jornal.
Invasão a lojas do centro de São Paulo
Em 27 de janeiro, dezenas de pessoas invadiram uma loja de câmeras de segurança da rua Santa Ifigênia (foto), no centro de São Paulo, provocando um prejuízo de 300 mil reais ao dono da loja, que preferiu fechá-la após a invasão.
O caso recente, cujas imagens viralizaram nas redes sociais, é um exemplo de como a violência interfere na economia.
De acordo com a União Santa Ifigênia, o número de estabelecimentos comerciais na região despencou devido, entre outros fatores, à insegurança.
Em 10 anos, a quantidade de lojas no centro de comércio eletrônico da capital paulista caiu de 15 mil para cerca de 2,5 mil.
Homicídios no Brasil
O número de homicídios no país caiu de 42.190 para 40.464, o que equivale a uma redução de 4,09%.
Os dados foram inseridos no Sistema Nacional de Dados de Segurança Pública (Sinesp) e enviados ao Ministério da Justiça pelos 26 Estados e o Distrito Federal.
A pasta também informou que os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) caíram 23,64% em 2023, quando foram registrados 953 ocorrências do tipo.
Em 2022, o número de latrocínios chegou a 1.248.
Reféns do crime
Como mostrou Crusoé, existem dois Brasis em matéria de segurança pública. O primeiro é o de estados como São Paulo e Santa Catarina, que têm taxas de homicídio de 8,4 mortes por 100 mil habitantes e 9,1 por 100 mil habitantes, respectivamente — valores próximos aos da Argentina, com 6 por 100 mil. O segundo é o de estados como Alagoas e Bahia, que chegam perto das 50 por 100 mil habitantes, índice digno de uma Venezuela ou de uma Jamaica.
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