Quando olhei a terra ardendo…
As palavras do título acima formam o início da canção "Asa Branca", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, imortalizada na voz do segundo. O tema, como se percebe, é uma seca no Nordeste brasileiro. Só que esta coluna se refere à Índia, que atravessa uma das mais severas ondas de calor de sua história...
![Quando olhei a terra ardendo…](https://cdn.oantagonista.com/uploads/2021/05/Jama-Masjid-Nova-Deli-India-1024x576.jpg)
As palavras do título acima formam o início da canção “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, imortalizada na voz do segundo. O tema, como se percebe, é uma seca no Nordeste brasileiro.
Só que esta coluna se refere à Índia (foto), que atravessa uma das mais severas ondas de calor de sua história.
O pior é que não se trata de um fenômeno acidental, que ocorre esporadicamente este ano. A temperatura vem subindo no país desde 2010, consequência do aquecimento global.
A base da alimentação das camadas pobres da população indiana — e, por camadas pobres daquele país, estou me referindo a centenas de milhões de pessoas — é o trigo, com o qual se faz o chapati, um pão redondo que guarda semelhanças com o equivalente árabe e com a pizza.
Embora a Índia seja o segundo maior produtor mundial de trigo (perde apenas para a China), com mais de 100 milhões de toneladas anuais, o governo proíbe a exportação.
Trigo indiano é para consumo indiano. A cada ano, os excedentes são estocados em silos, como reserva estratégica para eventuais secas ou monções (temporada das chuvas) fracas.
Só que, por mais precavidas que sejam as autoridades da Índia, elas não estavam preparadas para anos seguidos de estiagem.
Além do trigo, os indianos são grandes produtores de arroz, cana-de-açúcar e algodão.
Nos dias atuais, a Índia está no centro do noticiário por causa do calor e da seca. Só que isso está acontecendo em diversas partes do mundo.
Embora os assuntos mais comentados do momento sejam inflação e taxas de juros, tenho profunda convicção de que esta década será a das commodities, principalmente as agrícolas.
Não duvido que, nesse setor, tenhamos bull markets maiores do que os dos anos 1970.
“Espero a chuva cair de novo”, escreveram Gonzaga e Teixeira.
Os indianos também esperam. Para eles é uma questão de sobrevivência.
Já para os traders de mercado, que obviamente não têm poderes sobre o clima, a questão é de oportunidades nos mercados futuros de produtos agrícolas, produtos esses dos quais o Brasil é um dos campeões mundiais.
Ivan Sant’Anna, escritor, trader e colunista na Inv Publicações
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