Prévia da inflação e meta contínua movimentam mercados
Números do IPCA-15 devem interromper os dois últimos meses de queda na leitura anual e apontar reaceleração da inflação em junho
Os investidores estão atentos ao número do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) e à mudança no sistema de metas de inflação, que serão anunciados nesta quarta-feira, 26. Para o índice de preços, a expectativa é de estabilidade em 0,44% em junho, contra alta de mesma magnitude no mês passado.
Na leitura anual, o consenso aponta aceleração para 4.11% nos últimos doze meses, na comparação com os 3,70% do mesmo período terminado em maio. Caso o dado se confirme, a prévia da inflação oficial interromperá a sequência de três quedas consecutivas na visão anual, mas ainda se manterá dentro do limite da meta de inflação para o ano, que é de 4,5% na banda superior.
Além disso, o CMN (Conselho Monetário Nacional) deve apresentar nesta quarta-feira, 26, o novo sistema de metas de inflação, que deixará de ser marcado pelo ano-calendário para ser contínuo.
Desde a adoção do sistema de metas de inflação em 1999, o Brasil se baseia em um objetivo para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que deve ser atingido entre janeiro e dezembro de cada ano. Em 2024, por exemplo, o alvo para a inflação é de 3%, com uma tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Se a pressão sobre os preços estiver dentro desses limites ao fim do ano calendário, o Banco Central cumpriu a missão, caso contrário falhou e deve explicar publicamente o que deu errado com uma carta ao presidente da República.
A ideia agora é ter uma meta que não fique presa ao ano-calendário, mas sim a um período de tempo um pouco mais elástico, o que poderia evitar movimentos mais bruscos na taxa de juros, instrumento preferencial do Banco Central para o controle da inflação.
As reuniões do CMN de junho são historicamente dedicadas ao anúncio das metas de inflação dos três anos seguintes. Desta vez, no entanto, a expectativa é que ela anuncie as regras para o funcionamento da meta contínua, como por exemplo, qual o espaço de tempo a ser considerado.
O presidente Lula teria autorizado a publicação do decreto regulamentando a mudança em reunião realizada na tarde de terça-feira, 25, que contou com a presença do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também cotado para assumir a presidência da autoridade monetária no fim do ano. O objetivo para o IPCA deverá permanecer em 3%, mas a forma de apuração do desempenho do BC na perseguição da meta ainda deve ser explicada.
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