Política de preços da Petrobras afeta abastecimento, diz sindicato de MG
Sindicatos de transporte e abastecimento de Minas Gerais reclamam da falta de diesel. Segundo eles, isso ocorre por causa da mudança da política de Paridade de Preços da Importação (PPI) da Petrobras...
Sindicatos de transporte e abastecimento de Minas Gerais reclamam da falta de diesel. Segundo eles, isso ocorre por causa da mudança da política de Paridade de Preços da Importação (PPI) da Petrobras. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) publicou relatório na última terça-feira (8) para informar que a defasagem entre os preços do diesel praticados no Brasil e no mercado externo é de 22%.
“Neste cenário atual, as distribuidoras não estão importando, porque o produto está chegando muito caro aqui no mercado nacional. A diferença de preço está em torno de 80 centavos. E é por isso que está faltando produto”, disse ao jornal mineiro O Tempo Juliana Martins, diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg).
Segundo a diretora do sindicato, “já começou a faltar diesel”. “Está tendo uma restrição pesada, e ninguém consegue atender com totalidade os seus parceiros. A Shell não consegue atender todos os clientes dela, a Ipiranga também não. Então já há uma redução na quantidade solicitada”, analisa. O Setcemg já fala em priorizar o abastecimento de empresas que prestam serviços de necessidade básica.
Para a diretora do sindicato, a única forma de evitar uma situação de desabastecimento grave é retomar a política de PPI. “Não é algo que agrada ao consumidor, mas, para suprir o mercado, é a única forma existente no momento para poder regularizar a situação”, defende, ainda na entrevista a O Tempo. “Porque, aí, as distribuidoras vão voltar a importar e a gente consegue suprir o mercado como um todo. Mas, enquanto houver esta opção de segurar preços internamente, ficará difícil, porque as distribuidoras não importam mais”, completa.
O que diz a Petrobras
A Petrobras disse a O Tempo que não enxerga risco de desabastecimento de diesel. A estatal disse que está “cumprindo integralmente suas obrigações contratuais junto às distribuidoras” e destaca “que, atualmente, o mercado brasileiro é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam derivados com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionais”.
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou que a nova política de preços da empresa tenha derrubado seus lucros. Não derrubou ainda.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)